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Scot Consultoria

Dólar alto é bom ou ruim?


Quinta-feira, 20 de agosto de 2020 - 14h30

Depois das sucessivas altas em 2019 e 2020 e da imensa volatilidade dos últimos meses,  o dólar parecia que tinha encontrado um equilíbrio aos redor de R$ 5,40, porém, esse equilíbrio foi quebrado pela forte alta dos últimos pregões, quando o dólar rompeu o “teto” de R$ 5,50 e opera na manhã de 20/8 no patamar de R$ 5,65, com alta de 1,5% apenas no pregão de hoje. O motivo para a alta repentina foi a derrubada no Senado do veto presidencial ao reajuste dos salários dos funcionários públicos, evidenciando o total descaso do Congresso com o controle das contas públicas. Acompanhe na figura 1 a evolução do dólar nos últimos dois anos.


A alta do dólar mudou a precificação de todas as commodities produzidas pelo Brasil e para medir seu impacto basta exemplificar que estamos atualmente nos maiores patamares de preço do boi gordo em R$/@, porém, em US$/@ ainda estamos 13% abaixo da média dos últimos 10 anos, deixando nosso produto mais barato no mundo, mesmo estando na máxima em reais.


A questão é que a alta do dólar não impacta apenas o boi gordo, mas também todos os itens do seu custo de produção, principalmente na alimentação, já que os preços de milho, soja e caroço de algodão também sobem na mesma proporção da alta da moeda. No médio e longo prazo não há duvida que a alta do dólar nos beneficia no mercado internacional e colabora para  o aumento do preço da arroba em reais, porém, no curtíssimo prazo ela pode até ser prejudicial, já que ela joga ainda mais lenha na fogueira da retenção de milho pelos produtores, além de “incentivar” ainda mais a já corriqueira quebra de contratos de fornecimento fechados a preços menores.


É consenso entre os economistas que o dólar está bem acima do seu preço de equilíbrio, o que evidencia o grande ceticismo da comunidade financeira internacional com a sustentabilidade das contas do governo no longo prazo, ou seja, depois de tantos desapontamentos o investidor estrangeiro não está mais nos dando o benefício da dúvida. Resta torcer para que a atual equipe econômica consiga contornar essa situação.




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