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Scot Consultoria

Mercado em alta


Quinta-feira, 29 de setembro de 2016 - 14h40

Após um longo período praticamente ininterrupto de queda desde meados de junho, quando o indicador à vista estava em R$158,25/@ até sua mínima do ano ao redor de R$148,00 no início de setembro, o boi gordo tem operado em ambiente bastante firme e apresentando uma consistente recuperação, até os atuais R$152,00/@ negociados em São Paulo atualmente. Apesar de a alta dos preços não ter ocorrido nem na magnitude e nem na velocidade que se esperava diante da verdadeira explosão dos preços da carne, a tendência de mercado firme permanece intacta. Aliás, chama bastante a atenção o fato de que mesmo após o forte fechamento dos diferenciais de base a pressão compradora ainda permanece maior nos estados fora de São Paulo do que na praça paulista, sugerindo um esforço além do normal por parte das indústrias para evitar altas mais fortes em São Paulo.


Com os preços da carne no mercado interno subindo de “elevador” e o boi de “escada” o resultado foi uma forte e rápida expansão das margens da indústria, como pode ser observado na figura 1, que mostra a diferença de preços entre a carcaça com osso e o preço do boi gordo em São Paulo. É claro que a frieza dos números não reflete exatamente a situação, já que com grande parte das indústrias tem operado com uma ociosidade acima da média, os custos fixos acabam contaminando a melhora do resultado operacional, porém, o fato é que a situação hoje é bem mais confortável do que era há 30 dias e está em linha com os melhores momentos do setor, sugerindo que a tendência de preços mais altos ainda tem fôlego para continuar.


O mercado futuro reagiu muito positivamente a este cenário e os contratos do restante da entressafra subiram forte nas últimas duas semanas, com out/16 saindo das mínimas do ano, abaixo de R$150,00/@ para os atuais R$155,00/@, que representam um ágio de mais de R$3,00/@ frente ao mercado atual. A atual curva de preços indica que o mercado acredita que a tendência de alta permanece até o fim do ano, com os contratos de nov/16 e dez/16 negociados acima do patamar de R$157,00/@.


Atualmente é difícil traçar um cenário que não implique em preços em elevação até o final do ano, já que as enormes dificuldades enfrentadas pelos confinadores terão como resultante óbvia uma diminuição na oferta de bois de cocho que não foram repostos após o primeiro giro. O clima também não ajudou e a seca enfrentada em grande parte do Centro-Oeste postergará qualquer volume mais significativo de oferta de pasto. Com uma restrição de oferta dessa magnitude, mesmo em um ambiente de consumo baixo como o atual a tendência de elevação dos preços deverá prevalecer. Resta saber se o que já está precificado no mercado futuro é conservador ou se a briga pela oferta disponível irá nos trazer um final de entressafra como já não ocorre há alguns anos.



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