Mercado na semana

O ano de 2014 começou com o mercado de carne ainda aquecido, com boa movimentação de reposição de estoques, fruto das ótimas vendas no final do ano, que aliado com a diminuição dos abates deixou os estoques em níveis bastante baixos. Porém uma vez que os abates já estão se regularizando e a oferta de carne voltando aos níveis normais, é esperado um movimento de queda de preços no atacado, já que o consumo em janeiro tende a ser bastante inferior ao de dezembro.

Esse início de queda na carne tem levado algumas indústrias a tentar impor recuos nas cotações do boi gordo, e, se por um lado fortes recuos não têm sido observados, por outro as máximas já tem recuado. No geral, é consenso notar que a oferta de bois prontos nas pastagens não é abundante, porém, não se percebe um movimento de retenção de animais, pelo contrário, o movimento que se observa é o de produtores "descascando" os lotes para enviar os animais prontos ao abate aproveitando os preços muito favoráveis.

Com relação ao mercado futuro, o contrato de janeiro vem trabalhado nesse início de ano ao redor dos R$113,00/@, sem conseguir se distanciar desse patamar nem pra cima e nem pra baixo. A distância desse contrato para o Índice Esalq à vista, que está hoje em R$114,77/@, tem impedido maiores quedas do futuro, contudo, a expectativa de desvalorização da carne acaba impedindo também maiores valorizações, deixando o mercado de lado.

O rumo que o mercado tomará nesse início de ano vai ser importante para ditar o ritmo do restante da safra. Mesmo com o consenso de que os preços do boi gordo mudaram de patamar, é de se esperar uma correção após as fortes altas ocorridas, para então se consolidar no novo patamar. Entretanto, se essa queda de preços não acontecer, vai ser um sinal de que a situação é mais complicada do que se imaginava inicialmente, com reflexos importantes também para o mercado de reposição, que permanece também bastante aquecido. Aliás, com o mercado aquecido como está, o cuidado na compra da reposição tem que ser redobrado, já que ao se iniciar o novo ciclo de engorda com preços em patamares altos, a margem para suportar oscilações adversa nos preços diminui sensivelmente.