Físico subindo e futuros corrigindo

Depois de um longo período de queda, o mercado físico pelo visto encontrou o seu piso e vem trabalhando em alta há pelo menos 15 dias.

O futuro, por sua vez, pelo visto encontrou o seu teto com out/12 tendo tentado por 3 vezes nos últimos dias superar os R$102,00/@, à vista, porém sem sucesso e corrigindo assim uma parte do grande ágio frente ao Indice Esalq à vista, que vinha apresentando até então.

A recente queda no futuro tem pouco ou nada a ver com os fundamentos do mercado físico.

O cenário é extremamente firme, com expectativas de novas altas já que a oferta de bois não tem sido suficiente para atender a demanda por carne, inclusive com alguns atacadistas reclamando do baixo volume disponível no mercado.

Isso tudo se dá em um cenário onde o valor da carcaça casada está cotado ao redor de R$6,30/kg, ou o equivalente a R$94,50/@ ou R$1,90 acima do Indicador Esalq à vista, em uma situação pouco comum onde apenas o valor apurado na venda da carne com osso já é suficiente para pagar a compra do boi.

Historicamente essa margem é negativa em 5,50%, já que as receitas apuradas com a venda de couro, sebo e miúdos contribuem para a conta ficar positiva. Analisando por esta óptica é possível imaginar que existe margem para maiores reajustes caso a oferta realmente se  mantenha enxuta nas próximas semanas.

Tendo em mente o ambiente firme do mercado físico, a queda no mercado futuro pode ser apenas uma correção, já que o contrato de out/12 estava sobrecomprado e com IFR acima de 70 há algum tempo.

Com apenas 42 dias úteis até a liquidação   do outubro, com a diferença de R$8,73 entre o ESALQ de 29/8 e o último ajuste de out/12, seria necessário uma alta de R$0,21 por dia no Indice Esalq à vista para chegar até este número.

Esta grande diferença, sendo corrigida através da alta do mercado físico e da recente estabilidade ou queda do mercado futuro, é muito saudável para que o mercado possa tomar fôlego para galgar patamares mais altos, caso a alta no  mercado físico se acelere.

Em tempo: a procura por operações de seguro de preço mínimo (compra de opção de venda) tem tido um grande aumento nos últimos dias, simbolizando que nos preços atuais já é possível garantir uma rentabilidade mínima para o confinamento neste ano.