• Quinta-feira, 25 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Limite de baixa


Quinta-feira, 11 de novembro de 2010 - 16h16

Após seguir em alta ininterrupta desde o início de outubro, quando estava em R$93,97/@, o Índice ESALQ à vista atingiu sua cotação máxima no dia 9/11 a R$117,18/@, subindo R$23,21, ou 25%, em 39 dias. No dia 10/11 o Índice à vista cedeu 1 real, a R$116,18/@ e o a prazo ficou inalterado, a R$118,93/@. Diante da imensa alta, uma variação de 1 real é até certo ponto insignificante, mas a mera expectativa de que o movimento de alta poderia estar perdendo o fôlego foi o suficiente para fazer os mercados futuros literalmente desabarem, devolvendo em 2 dias toda a alta acumulada no mês de novembro. O contrato de nov/10, que havia feito sua máxima a R$116,97/@ no dia 9/11, cedeu R$6,97, estando cotado ao meio dia de 11/10 no limite de baixa, R$109,93/@. Já o contrato de dez/10, que fez máxima a R$113,50/@ também no dia 9/11 estava com vendedor no limite de baixa do pregão a R$106,80/@, com queda de R$ 6,70 das máximas. A volatilidade dos últimos dias vinha sendo extremamente alta e culminou com o primeiro dia do ano com negócios no limite de oscilação intradiária de preços. Para evitar movimentos muito grandes de um dia para o outro, existe um limite de oscilação máxima nos contratos de derivativos na BM&F, que no caso do boi gordo é de 3,50% acima ou abaixo do ajuste anterior. Quando esse limite de baixa é atingido, as ordens de venda ficam apregoadas e só ocorrem negócios no preço do limite de baixa, com o mercado voltando a funcionar normalmente apenas caso apareçam compradores suficientes para absorver todas essas vendas e fazer o mercado voltar a subir novamente. O movimento de preços no mercado futuro, como já esperado foi muito violento, porém não foi acompanhado de perto pelo mercado físico, que apesar de aparentemente ter encontrado um teto, ainda não teve força suficiente para reverter a tendência e começar a cair. O fato é que o movimento de alta no boi não foi provocado por retenção de animais, mas sim por falta de oferta. Os preços só atingiram os patamares que atingiram pela ausência de oferta, e não por retenção. Na prática, o que vinha ocorrendo era justamente o oposto, ou seja, os pecuaristas estavam “vasculhando”os pastos em busca de animais gordos o suficiente para a venda e aproveitar os preços ótimos. Relatos de abate de boiadas com peso médio baixo eram recorrentes e esse poderia até ser considerado um fator altista para os meses de dezembro e janeiro, já que muitos desses bois magros viriam ao mercado nesses meses. Se o diagnóstico acima estiver minimamente correto, a variação de preços no mercado físico no curto prazo não deve ser tão violenta como o mercado futuro já precifica. Por mais que aparentemente não haja um estoque grande de animais à espera de preços, quem tem animais prontos pode decidir vender para aproveitar os preços que ainda permanecem bons. De qualquer forma a dificuldade de repasse dos valores maiores da carne para o consumidor final após tantos aumentos é enorme e o consumo tende a diminuir significativamente nos preços mais altos. Há um ditado no mercado que diz “Nunca tente pegar uma faca quando ela está caindo”. Isso exemplifica bem o sentimento de quem cogita a hipótese de comprar num mercado em limite de baixa. A volatilidade deve continuar extremamente alta no mercado de boi.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja