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Scot Consultoria

Dilemas do mercado futuro


Sexta-feira, 5 de novembro de 2010 - 10h36

Após altas ininterruptas desde o começo de outubro, o mercado de boi gordo em São Paulo continua extremamente firme e com escalas bastante curtas, com a dificuldade de encontrar animais prontos para abate bastante grande. Nesse período de pouco mais de um mês, a alta do Índice ESALQ à vista foi de impressionantes 21,22% saindo de ao redor de R$94,00/@ para os atuais R$113,95/@. O mercado futuro acompanhou o movimento, mas nos últimos dias, com uma volatilidade impressionantemente alta, com oscilações dentro de um mesmo pregão para cima e para baixo muitas vezes maiores do que R$3,00. O pouco volume de negócios ocorrendo no mercado físico atualmente colabora muito com essa volatilidade, já que em um ambiente com poucos negócios, a representatividade de cada negócio individual aumenta e preços diferenciados para cima e para baixo, acabam tendo um impacto maior nos Índices à vista e a prazo, que impactam diretamente no mercado futuro. Isso foi exatamente o que ocorreu essa semana, quando no dia 28/10 a diferença entre os indicadores à vista e a prazo estava em R$0,49/@ ou apenas 0,44%. Já no dia 1/11 essa diferença abriu para R$3,09, ou 2,72%. Na divulgação dos indicadores do dia 3/11, o à vista subiu R$0,53 a R$113,95/@ e o a prazo caiu R$2,16 a R$114,35/@. Mesmo considerando que para as negociações no mercado futuro, o Indicador mais importante seja o à vista, movimentos opostos desse tipo sempre chamam a atenção e, no pregão do dia 4/11, a volatilidade tem sido impressionante, com o contrato de dez/10 chegando a recuar R$2,76 na mínima do dia, a R$106,00/@, depois de ter operado em alta em parte do pregão, sendo negociado na máxima a R$109,77/@, ou seja, uma oscilação intradiária de R$3,77/@. Toda essa oscilação excessiva de preços não tem sido benéfica para quem busca proteção para 2011. A liquidez é extremamente concentrada nos vencimentos mais curtos e os contratos de 2011 nem de perto acompanharam a alta do curto prazo. O contrato de maio ainda tem liquidez insipiente e os hedgers têm tido dificuldade para montar posições para a safra, mesmo com ofertas de venda ao redor de R$95,00/@, ou seja, praticamente R$19,00/@ abaixo do indicador atual, os negócios são muito poucos. Mesmo out/11 ao redor de R$100,00/@ ou R$14,00 abaixo dos preços atuais, tem tido poucos negócios devido à ausência de compradores. Com a volatilidade em alta, os prêmios de opções de venda para 2011 têm sido bastante caros, apenas para comparação, enquanto no inicio de 2010 era possível comprar opções de venda por uma volatilidade implícita muitas vezes até abaixo de 10%, atualmente negócios só são fechados com volatilidade implícita acima de 20%, mesmo para os vencimentos mais próximos. Dessa forma, para quem busca proteção para 2011, esse tem sido o dilema: comprar opções mesmo a preços mais caros, vender futuro nos vencimentos curtos, enfrentar toda essa volatilidade e posteriormente rolar a posição, ou simplesmente esperar para ver o que acontece.
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