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Scot Consultoria

A queda chegou atrasada


Quarta-feira, 17 de setembro de 2008 - 15h17

Os concentrados compõem, atualmente, cerca de 80% dos custos de uma dieta padrão de confinamento. Sendo assim, nos custos totais do confinamento, incluindo operações, instalações e o valor do próprio animal, os concentrados representam entre 25% a 30% do custo de produção de animais em cocho. Caso se adote dietas de alto grão, ou alto nível de concentrados, a participação nos custos aumenta para cerca de 50%. A necessidade de escala força os confinadores a optarem por dietas de alto nível de concentrados. Desse modo se ganha no processo das operações e na redução de custos. As vantagens são várias, tais como a facilidade de estoque, transporte, flexibilidade na formulação das dietas, além do fato de reduzir a preocupação com processos de fertilização de área de volumoso, colheita/ensilagem, compactação, etc.. Ou seja, reduz a frente agrícola do confinamento, permitindo que maior atenção seja dirigida à nutrição e à produção de bovinos. No entanto, neste ano, a situação não está tão favorável aos confinadores. Os preços dos principais concentrados oscilaram constantemente ao longo do ano, reflexo da demanda aquecida pelas commodities agrícolas. Esse comportamento alterou a programação das dietas nos grandes confinamentos. A cada oscilação de preços, os nutricionistas se viam obrigados a alterar os componentes; ora entrava um alimento, ora entrava outro. Uma verdadeira ginástica envolvendo dieta, fechamento de cargas, armazenagem, tempo de entrega e, evidentemente, sem esquecer da garantia da qualidade e dos níveis mínimos de nutrientes nos concentrados comprados. Especialistas em nutrição são exigidos não só pelo conhecimento técnico, mas também pela habilidade em planejar a cadeia de suprimentos do confinamento. Além disso, os preços do gado de reposição (boi magro), responsável por 60% a 65% do custo confinamento, foram reajustados em 60% nos últimos 12 meses (figura 1). Atualmente, a desvalorização do petróleo e a crise financeira internacional derrubaram os preços dos grãos. A soja já apresenta redução de 26% apenas de julho até o início de setembro. O milho apresentou uma redução ainda maior no mesmo período, de 30%. Veja na figura 2 , praça de São Paulo. Além do custo do confinamento, pecuaristas ainda se depararam com mais uma dificuldade: o mercado. O preço da arroba, após atingir um pico de cerca de R$95,00 no mercado físico de São Paulo, no início de julho não se firmou, e hoje gira em torno de R$90,00/@ a prazo, para descontar o funrural. Os mais pessimistas perguntam se o pico de preços do ano já foi. Apesar da diminuição nos preços dos principais concentrados, a tendência de estabilidade ou de baixa verificada durante esta entressafra não está favorável aos confinadores. Os custos podem ter diminuído, mas a queda chegou “atrasada” e a oportunidade de insumos mais baratos não ocorreu durante o período de planejamento da maioria dos confinamentos. De qualquer maneira, para quem tiver interesse em confinar durante o final da entressafra e arriscar em cima do clima (o atraso das chuvas também favorece o confinamento) e do mercado (expectativa de uma reação nos preços do boi gordo), o momento é favorável ao investimento em concentrados.
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