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Soja mercado etendências

por Maria Gabriela Tonini

Quinta-feira, 26 de maio de 2005 - 03h00

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SOJA

A colheita da soja no país já ultrapassou 90% da safra. Entretanto, a chuva atrapalha a finalização dos trabalhos, principalmente no Rio Grande do Sul, região em que ainda há uma pequena parcela a ser colhida.

Considerando a média brasileira, a safra de soja foi realmente mais baixa que a prevista no início do plantio. Entretanto, vale a pena destacar a safra de grãos da Bahia, que apesar de não representar grande volume no total produzido no país, deve ser recorde, atingindo a marca de 5,5 milhões de toneladas de grãos, dos quais 45% são de soja. A produção e a área colhida aumentaram 6% em relação à última safra.

No Brasil, os negócios com a soja permanecem lentos, com volume aquém do esperado para a época. Os produtores aguardam por, quem sabe, uma recuperação nos preços, mas não é o que o mercado vem demonstrando.

A Bolsa de Cereais da Argentina aumentou a estimativa da safra 2004/05 para 38,5 milhões de toneladas. O último levantamento indicava produção de 38 milhões de toneladas, número significativamente maior que a safra anterior, de 32 milhões de toneladas. A superprodução argentina exerce influência nos preços do grão no Brasil, já que boa parte da produção nacional é exportada.

No centro da disputa pelos mercados internacionais, está o grande comprador chinês. Em 2004, a China comprou cerca de 6 milhões de toneladas de soja brasileira. E, apesar de não ser exatamente fácil negociar com os chineses, o potencial para o grão nacional conquistar ainda mais aquele mercado é grande. Já existem tratativas de aproximação de empresas dos dois países com produtores brasileiros para facilitar as negociações.

Mas, além do potencial de exportação para a China, a utilização do biodiesel pode favorecer a soja brasileira.

A Europa traçou meta de utilizar 5% de biodiesel no diesel até 2010, uma boa oportunidade para a soja brasileira. O grão é uma das alternativas de matéria-prima economicamente viável para a produção de óleo, indispensável na mistura com o etanol para a produção do biodiesel.

Portanto, para a cadeia agroindustrial da soja, assim como para diversas outras, as tendências são ótimas para o médio e longo prazo, mas desanimadoras no curto prazo.

Por isso, acredita-se que haja redução na área de soja da próxima safra: baixa rentabilidade da atividade.