A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou novo levantamento sobre produção de grão na safra 2005/06.
A produção cresceu em relação à safra 2004/2005. Este foi o sétimo levantamento e em relação ao sexto, realizado em maio, houve um ajuste para baixo de 0,7%.
A estimativa é de 120,3 milhões de toneladas, um aumento de 5,62% em relação à safra anterior, mas existem fatores que podem impedir esse resultado.
A descapitalização dos produtores, rentabilidade estreita e queda de investimento podem frustrar as expectativas desse último relatório.
As despesas com adubação foram menores em 2005, segundo a ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). O faturamento do setor de fertilizantes caiu 11,30%, comparado a 2004.
A aposta na produtividade também pode ser prejudicada pelo clima, cujas condições não foram favoráveis em importantes regiões produtoras.
Particularmente para o milho, a estimativa é de aumento de produtividade; 10,70% para a primeira safra e 21,50% para a segunda. Para a soja, a expectativa é de 9,8% de aumento.
O aumento das vendas de fertilizantes, verificada nos primeiros quatro meses deste ano (o preço médio caiu 12,50% desde maio de 2005), podem ajudar na melhoria da produtividade, mas somente para a safrinha do milho, e para o cultivo de feijão. No caso das outras culturas que compõem a pesquisa da Conab, o período de aumento das vendas não coincidiu com o plantio.
A expectativa, portanto, é de novos ajustes negativos. Comparando os números da Conab com os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja estimativa de produção é de 119,10 milhões de toneladas, existe espaço para tanto.
As vendas de máquinas agrícolas, por sua vez, aumentaram em maio. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) o crescimento foi de 8,93% no para máquinas agrícolas automotrizes entregues no atacado, comparado a abril.
As vendas de tratores de rodas cresceram 12,30% e cultivadores motorizados, 7,25%. As vendas de colhedoras continuam paralisadas. Queda de 64,85%.
Cenário desfavorável para os grãos, mas não para a cana-de-açúcar, em plena expansão.
Atualmente são 6,2 milhões de hectares cultivados e, para atender a demanda gerada pelas novas unidades industriais serão necessários a incorporação de pelo menos 2 milhões de hectares. Cresce a produção, crescem os envolvidos no processo.
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