De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a área plantada com soja no Brasil na safra 2005/06 diminuiu. Os números ainda não estão consolidados, mas essa é a expectativa.
Estima-se um recuo de 5,92% na área cultivada, contudo a produção deve aumentar perto de 1,02%, atingindo 57,94 milhões de toneladas. Variações climáticas recentes podem comprometer a produção.
No início do ano, a falta de chuvas na região Sul causou apreensão. De acordo com a Conab, o Sul do País seria responsável pela produção de 34,50% da soja produzida no Brasil na safra 2005/06. Mas a falta de chuvas pode diminuir a expectativa de colheita em 19,7 milhões de toneladas.
No Centro-Oeste, maior região produtora de soja do País, a estiagem também pode prejudicar os resultados esperados. A expectativa é que 53,80% da safra brasileira ou 28,3 milhões de toneladas sejam produzidas na região. Mas as chuvas esparsas também podem atrapalhar o desempenho da atividade.
Em Goiás, por exemplo, quarto maior produtor, a soja precoce já colhida apresentou rendimento médio de 45 sacas por hectare. Esperava-se uma colheita de 50 sacas antes dos problemas climáticos. É uma quebra de aproximadamente 10,0%. O pior é que parte da lavoura do Sudeste do Estado passa atualmente pela fase de floração - entre as fases mais críticas, que dependem de água - e caso a estiagem persista, dificilmente a produtividade da soja na região ultrapassará 40 sacas/ha.
A distribuição das chuvas em Mato Grosso - maior produtor brasileiro - também foi irregular. A perspectiva, mediante a intenção de plantio de 5,80 milhões de hectares no Estado, seria de produção próxima a 16,80 milhões de toneladas. Mas a umidade desigual pode modificar a produtividade. No Oeste do Estado, a parcela colhida atingiu rendimento entre 50 e 60 sacas por hectare, considerada dentro da esperada. Mas em outras áreas do Estado, mais afetadas pela falta de chuva, os resultados podem ser piores.
Além da seca, outro desafio aos produtores é a ferrugem asiática, que estreita a rentabilidade da sojicultura em função da necessidade de aumento da freqüência de aplicações de defensivos. Se quando não chove existe preocupação de menor produção, quando chove muito, a lavoura pode ser assombrada pela ferrugem.
Enquanto isso os preços permanecem inibidos e as chances de recuperação no curtíssimo prazo, pequenas.
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