Seca traz prejuizos para a região sul

A seca continua a castigar a região sul do País e os prejuízos são elevados. Segundo dados da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, os prejuízos causados pela estiagem podem ultrapassar um bilhão de reais. No Estado, nas grandes áreas produtoras de milho, faz quase um mês e meio que não chove. Ainda no Paraná, a quebra deve atingir principalmente as culturas do feijão, do milho e da soja, e as perdas devem ser de 38,6%, 31,5% e 17%, respectivamente. E a produção deve cair para 375 mil toneladas, 6 mil toneladas e 10,15 mil toneladas, na mesma ordem. O Paraná é importante formador de preços por ser o maior produtor de grãos do Brasil. Com isso, os preços reagiram no mercado interno em função desta previsão de quebra na produção. Já no Rio Grande do Sul, a estiagem que vinha castigando em dezembro foi interrompida por alguns dias de chuva no início de janeiro, embora os danos causados para a cultura do milho sejam irreversíveis, com as perdas na safra podendo ultrapassar 10%. Já para as culturas de soja e arroz do Estado, a produção não deverá ser afetada. Indo um pouco mais longe, a seca também causará grandes prejuízos à Argentina, com quebra na produção de milho e soja, além de ocasionar a morte de milhares de cabeça de gado na porção norte e central do País. Essa falta de água na Argentina poderá afetar indiretamente o Brasil, visto que este é grande importador de trigo argentino. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de janeiro a dezembro de 2008 a importação foi de mais de 4,2 milhões de toneladas de trigo em grão. Este cenário de seca, tanto no Brasil quanto na Argentina, foi um dos fatores que contribuiriam para as últimas elevações nas cotações - principalmente da soja e do trigo - na Bolsa de Chicago (CBOT na sigla em inglês). Para o milho, a notícia não surtiu o mesmo efeito, pois foi amenizada pelos estoques de passagem, que ainda continuam elevados.
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