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Scot Consultoria

Preços dos grãos voltam a reagir


Quinta-feira, 27 de março de 2008 - 17h21

A perda acumulada da soja em março até o final da semana passada foi de 15%, baixando de R$52,50 para R$44,50 no porto de Paranaguá. A saída dos fundos de hedge e de investimentos das commodities agrícolas, especulações sobre um aumento da área plantada americana e estoques "cheios" na China foram os principais causadores das baixas na CBOT (Bolsa de Chicago). Apesar disso, nessa semana os preços voltaram a subir impulsionados pela especulação de que a demanda mundial seria maior do que as reservas - recuperação de quase 8% em uma semana, sendo a soja cotada a R$48,00. E de fato é. Os estoques internacionais são os mais baixos dos últimos tempos, e a demanda por alimentos e etanol, principalmente nos países em desenvolvimento, é crescente. Contudo, nada explica a Argentina fechar as exportações de alguns produtos e aumentar as alíquotas para as vendas externas de outros, como é o caso da soja. Com isso, os produtores locais, prejudicados com a medida, decretaram estado de greve e bloquearam estradas. Já há falta de alguns produtos como carne, lácteos e pão em algumas cidades argentinas. O fato é que com a diminuição das exportações de grãos desse país, os preços internacionais subiram. As cotações do trigo também subiram alavancadas pelos preços da soja e queda do dólar. Para o Brasil que importa cerca de 70% do que consome, essa não é uma boa notícia. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostraram que em fevereiro de 2008, o País bateu o recorde de importação do cereal (1,14 milhão de toneladas), quase o dobro do volume comprado no mesmo período do ano passado (693 mil toneladas). Em fevereiro de 2007 a tonelada de trigo custava US$183,00, agora vale US$307,00 (+67,76%). A safrinha de milho ainda pode reservar surpresas. Embora a previsão de produção tenha sido revista para cima, o La Niña pode atrapalhar os resultados. O fenômeno climático não está colaborando com a colheita, o que esta atrasando o plantio da segunda safra e diminuindo a qualidade dos grãos (ardidos). Piores condições climáticas aliadas à volatilidade do mercado podem fazer com que produtores desistam da idéia de investir na lavoura nessa época. A falta de chuvas no RS e o excesso no MT está prejudicando não só a produtividade das lavouras, como também está mexendo com os preços. Nos EUA, notícias de tormentas e nevascas nas regiões produtoras durante o plantio colaboram com o "mercado de clima", causando forte oscilação nos preços. Embora o mercado esteja volátil devido à expectativa das safras sul e norte-americanas e à crise nos EUA, as projeções para os preços mundiais das commodities agrícolas ainda se sustentam em bases bem superiores aos preços históricos. Enfim, apesar do atual "mau humor" do mercado, os preços dos grãos continuam atraentes e impulsionando a economia nacional. No Brasil, de acordo com os dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio, depois de diminuir sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) de 2003 a 2006, obteve um expressivo aumento de 7,9% em 2007, aumentando sua participação para 23,1%. A recuperação dos setores primários (12,2%) e de insumos (13,0%) foram os principais responsáveis pelo crescimento.
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