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Soja em alta, milho em queda


Sexta-feira, 6 de julho de 2007 - 09h33

Os motivos para as sucessivas altas nas cotações do milho já são bem conhecidos: redução de investimentos na produção brasileira, em 2006, conseqüência dos preços desanimadores, e a febre do etanol norte-americano. O segundo fator teve duplo efeito. Primeiramente, a previsão de demanda de etanol, para atender a substituição de parte do consumo de gasolina pelos Estados Unidos, abriu perspectivas para um mercado, no mínimo, exuberante. Em segunda instância, a corrida para o plantio de milho, para atender essa demanda e, também, à demanda das indústrias de nutrição animal norte-americanas, resultou em expansão acima do esperado. Como resultado, as perspectivas de preço para o milho se acomodaram. O mercado segue comprador, sobretudo devido à expectativa de queda nas exportações dos Estados Unidos e da China ("Tendências para o milho", publicado na edição 719 do Boi & Companhia), porém com mais cautela. A cotação do milho no mercado brasileiro está 11,7% acima da observada na média de julho de 2006, mas apresentou queda de 25,8% desde o início desse ano. Com a soja, do ponto de vista da oferta, ocorreu movimento inverso. A corrida pelo milho provocou uma redução da área plantada de soja, com queda estimada em 15% pelo USDA (Departamento de Agricultura norte-americano). Os preços do grão, portanto, voltaram a subir, diante da previsão de menor disponibilidade do produto. Essa previsão é reforçada devido ao racionamento de energia na Argentina, que obriga as indústrias a funcionaram 6 horas a menos, por dia, do que o normal, de acordo com informações do jornal Valor Econômico. Como resultado, grandes processadoras de soja já reduziram em até 40% as operações no país. Simultaneamente, o governo brasileiro tem feito incentivos às exportações de farelo e óleo de soja, o que favorece, também, os preços da oleaginosa no mercado interno. O preço da soja, atualmente, está 3,6% acima do observado no início do ano e 18,3% acima da média de julho de 2006. A valorização do real frente ao dólar, que reduz a atratividade das exportações, de acordo com relatório da FAO-OCDE, não deve perdurar por muito tempo.
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