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Scot Consultoria

Flexibilização das leis trabalhistas


Segunda-feira, 27 de março de 2006 - 12h33

Neste início de 2006, o mundo assiste pasmo aos protestos de estudantes nas ruas das cidades francesas. Mas por quê a revolta? Os estudantes batalham por maior estabilidade nos empregos. Exigem que, por lei, o governo continue dificultando a dispensa de funcionários. Com isso, os “patrões” têm mais dificuldade em despedir, o que assegura maior número de empregos. Será? Parece que o empresariado brasileiro conhece essa história. Na Europa, países como Alemanha, Itália e França são mais inflexíveis nas leis trabalhistas, dificultando a dispensa. Acreditam que, com isso, ajudam a aumentar o número de empregos. E é justamente a perspectiva de mudança da legislação na França, tendência também para Alemanha e Itália, que está levando os estudantes às ruas. Querem manter leis inflexíveis. Trata-se de um raciocínio retrógrado, de praticidade cada vez menos viável nos dias de hoje. Em contrapartida a essa proteção do trabalho, existe o modelo anglo-saxônico, denominação usada pelos especialistas no assunto. Este modelo, adotado pela Grã Bretanha, na Europa, e pelos Estados Unidos, na América, é mais flexível. O raciocínio é facilitar a dispensa em épocas desfavoráveis à empresa. Porém, em períodos melhores a empresa contrataria com maior facilidade, não pensaria duas vezes para contratar. Qual é o melhor modelo? Basta analisar os índices de desemprego. Na Grã Bretanha e nos Estados Unidos estão por volta de 5%, enquanto Alemanha, Itália e França possuem, em média, 10% de desemprego. O problema, segundo os europeus destes países mais inflexíveis, é que grande parte dos empregos que são criados, são considerados ruins pelos seus jovens. Evidente, querem coisa melhor. Porém, o mesmo vale para os jovens da Grã Bretanha e dos Estados Unidos: também querem melhores empregos. A diferença é que onde o francês, o alemão e os italianos vêem uma ocupação humilhante, os americanos e ingleses enxergam uma oportunidade de entrar no mercado de trabalho e se preparar para algo melhor. É mais ou menos como aquela música: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer! Não é de se admirar porque algumas nações são mais ricas que outras. O tal “imperialismo” não é imposto; é apenas uma conseqüência de uma sociedade que privilegia a competência – o ruim é substituído – e vê o trabalho como uma oportunidade, e não como algo depreciativo. Já a Alemanha, Itália e França, que também são países ricos, assistem suas empresas mudando para outras regiões, como Polônia, América do Sul, China, etc. Essa inversão de valores de sua sociedade levará a um maior número de desempregos. É evidente que a inflexibilidade de leis trabalhistas inibe a criação de novos empregos e privilegia a incompetência, algo tão danoso às empresas. É para se raciocinar!!! E o Brasil? Para que lado pende o raciocínio de nossa sociedade, representada pelos nossos governantes? (MPN)
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