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“Contém” ou “pode conter”? Eis a questão


Quarta-feira, 15 de março de 2006 - 12h18

A polêmica sobre a rotulagem de organismos geneticamente modificados (OGMs) reside na escolha entre as duas expressões: “contém” ou “pode conter”. Os maiores exportadores de grãos, como os Estados Unidos e a Argentina, não assinaram a Convenção de Biodiversidade, que levou à assinatura do Protocolo de Cartagena. O Brasil, por outro lado, apesar de estar entre os maiores exportadores também, se juntou aos países importadores quanto à questão da rotulagem. A rotulagem dos OGMs é necessária, dessa forma a população tem o direito de escolha sobre consumir, ou não, transgênicos. O problema da rotulagem está na parte logística. Caso a escolha seja o “contém”, deveria existir uma infra-estrutura que permitisse o transporte e armazenagem dos grãos transgênicos separado dos grãos normais. O custo para o país seria de, aproximadamente, US$50 milhões por ano. No caso do “pode conter”, ainda existe a possibilidade da população, ou o importador, recusar a carga, podendo também realizar testes para verificar se existem OGMs. O governo pretende utilizar o “pode conter” como intermediário até o “contém”. Dessa forma, pelo período de quatro anos, o Brasil pode criar a infra-estrutura necessária para o próximo estágio. Isso significa investimento em transporte, armazenagem em silos e portos. Na verdade toda a cadeia produtiva sofrerá alterações. Em qualquer estágio do processo de produção, do campo até a entrega ao cliente, deverá ser possível a realização de testes, para verificar a existência de OGMs nas cargas. Resta saber se o governo, que não consegue resolver sequer os problemas dos buracos nas estradas, conseguirá modificar a infra-estrutura logística nacional. (LMA)
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