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Inflação argentina pode gerar lucros ao Brasil


Sexta-feira, 10 de março de 2006 - 12h54

Ontem, 09 de março, a Argentina anunciou a suspensão quase total da exportação de carne bovina, pelo período de 180 dias. Exceções feitas apenas à cota Hilton e a acordos bilaterais, como o existente com a Venezuela. Através dessa atitude drástica, o governo busca reduzir a escalada da inflação, impulsionada pelas sucessivas altas no preço da carne no mercado interno. Ao longo de 2005 o aumento acumulado foi de 21,3%. Em 2006, no atacado, a carne já acumula alta de 25,4%. A medida gerou protesto por parte dos criadores. A Argentina é, atualmente, o terceiro maior exportador de carne bovina no mundo, e sua saída das exportações deve elevar ainda mais os preços, já altos, da carne bovina no mercado internacional. Ruim para eles, bom para nós. Com a saída da Argentina, os exportadores de carne bovina serão beneficiados, em decorrência da maior demanda e dos preços mais atrativos. Entretanto apenas o Brasil tem a possibilidade de atender esses mercados. A Austrália, por exemplo, já está no limite da produção, e os Estados Unidos ainda não conseguiram voltar a exportar, após o surto de vaca louca em seu território no ano de 2004. O Chile, que suspendeu totalmente as importações de carne in natura do Brasil, após o foco de aftosa no Mato Grosso do Sul, em outubro de 2005, havia transferido suas importações para a Argentina. Agora está sem opções. Importar da Nova Zelândia pode significar pagar cerca de US$1.000,00 a mais por tonelada, em comparação à carne brasileira; se importar da Austrália a diferença pode chegar aos US$2.000,00. Talvez seja o momento de rever se o embargo total ao Brasil é justificável. Os efeitos da decisão do governo Hermano não foram sentidos no mercado físico. Em São Paulo, segundo levantamento em 09 de março, o boi gordo está cotado em R$51,00/@, a prazo, para descontar o funrural. Com a retirada dos embargos mais severos e exportações retomadas, o mercado pode voltar a se aquecer. (LMA)
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