Problemas sérios com distribuição de renda

O estudo Radar Social, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelou que 1% dos brasileiros mais ricos possui renda semelhante à dos 50% mais pobres, e que metade da renda brasileira está nas mãos de 10% da população. Ainda, de acordo com o Ipea, o Brasil é o penúltimo colocado num ranking de distribuição de renda formado por 130 países. Fica à frente, apenas, de Serra Leoa. Tal situação é extremamente preocupante. Veja o caso da carne bovina. Um estudo da MB Associados estimou que a elasticidade de renda para famílias brasileiras que recebem entre um e cinco salários mínimos é, para a carne de boi, próxima de 1. Ou seja, caso a renda nessa faixa salarial aumente em 10%, o consumo de carne bovina irá evoluir na mesma proporção. Já para famílias com renda mensal superior a 5 salários mínimos, essa elasticidade gira ao redor de 0,5, ou seja, se a renda aumentar em 10%, o consumo de carne bovina se eleva em 5%. Está bastante claro que o consumo de carne bovina no Brasil está intrinsecamente relacionado à renda da população. Campanhas de promoção e marketing ajudam. No entanto, para que a demanda pela carne vermelha aumente significativamente, é preciso que haja uma melhor distribuição de dividendos. (FTR)
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