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Japão não sabe onde está a carne contaminada


Segunda-feira, 25 de julho de 2011 - 09h26

Na onda da pior catástrofe nuclear ocorrida no Japão, o governo falhou em não tomar providências a fim de evitar que animais ingerissem alimentos contaminados oriundos de regiões atingidas pela radiação emitida pelo desastre de Fukushima. Funcionários do governo disseram que não podem afirmar se a carne contaminada foi vendida ao exterior. O que eles sabem é que os animais que ingeriram alimentos da região de Fukushima, a qual corresponde a 2,6% da produção de gado de corte do país, foi entregue a 45 das 47 províncias do Japão. Segundo a agência japonesa de notícias NHK, foram detectados níveis de césio radiativo 70 vezes acima do limite máximo estabelecido pelo governo japonês em alimentos utilizados na ração de bovinos em uma fazenda a menos de 100km da usina nuclear de Fukushima. No início, foram contabilizados 637 animais que teriam ingerido alimentos contaminados por césio radioativo. Atualmente, esse número saltou para aproximadamente 1,5 mil animais. Os EUA e Japão possuem um longo histórico de embargos de carne bovina. Em 2001, os EUA proibiram a importação de carne japonesa devido o pânico gerado pelo surto do “mal da vaca louca”. Em 2003 o Japão proibiu a entrada de carne vinda dos EUA sob a mesma alegação. Em 2005, as restrições foram derrubadas em ambos os países. Entretanto, seis semanas depois, o Japão proibiu novamente a entrada de carne norte-americana, e após seis meses passou a restringir parcialmente as importações. Segundo a Dow Jones, o Japão importa dos USA somente carne de animais com idade inferior a 20 meses de vida e proíbe partes consideradas de alto risco de contaminação por encefalopatia espongiforme (mal da vaca louca), como tecidos cerebrais e a espinha dorsal, que são totalmente removidos. Com a dificuldade de saber o tipo de tecido procedente, a carne moída também foi proibida. A restrição parcial fez com que os EUA exportassem para o Japão de 2004 a 2005 apenas 15% do que foi exportado em 2003. A Associação Nacional de Pecuaristas, estimaram que os produtores perdem cerca de US$1 bilhões por ano por conta das restrições às importações. Autoridades do USDA informaram que foram encontrados casos de animais com febre aftosa no Japão no primeiro semestre de 2010. Nessa época, os EUA também proibiram a entrada de carne suína vinda do Japão em decorrência do surto do vírus H1N1, a gripe suína. Em abril de 2011 os EUA proibiram novamente a importação de carne vinda do Japão sobe a alegação da presença de animais contaminados pela febre aftosa.
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