Biocombustíveis podem reduzir as exportações de óleo de soja do Brasil

A crescente produção de biodiesel poderá reduzir as exportações brasileiras de óleo de soja assim como os embarques de óleo de soja argentino também poderão ser menores do que o potencial, analisaram os especialistas em oleaginosas da Oil World. O Brasil, segundo exportador de óleo de soja do mundo, pode vender apenas 1,5 milhões de toneladas neste ano comparado com 1.56 milhões de toneladas em 2010, conforme previsão da Oil World. Mas mesmo com um menor volume de vendas, este ano espera-se que a receita aumente em 31% em relação a 2010, segundo previsão da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE). O consumo interno e demanda externa tem aumentado anualmente e em conseqüência, também os preços. Estima-se um aumento de 2,8 % para a produção de óleo de soja em 2011. Neste ano, o país está a caminho de um recorde na produção da soja grão. A expectativa de crescimento da produção brasileira de biodiesel em 2011 é de 13,7% comparada a 2010. Observou-se um aumento de produção de 70,2% na comparação entre 2011 e 2009. O óleo de soja é utilizado em larga escala como matéria prima na produção de biodiesel no Brasil. O biodiesel brasileiro estabeleceu uma nova demanda por óleos vegetais. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) mostram que 80% do biodiesel brasileiro é feito a partir do óleo de soja, o que inicialmente não estava programado para acontecer no Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), lançado ao fim de 2004). O PNPB gerou também alguns benefícios econômicos adicionais. A adição de biodiesel ao combustível fóssil, por exemplo, diminuiu custos, já que o Brasil importa um volume significativo de diesel mineral. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a partir de janeiro de 2010, a mistura obrigatória passou a ser de 5% (B5), o que gera uma economia de divisas de US$ 1,4 bilhão por ano devido à redução nas importações de óleo mineral. A situação na Argentina, maior exportador mundial de óleo de soja, mostra que a produção de biodiesel em 2011 no país aumentará 27,07%, segundo a Oil World. Esse incremento da produção de biodiesel se deu em parte, por causa do embargo imposto pela China no início de 2010 e à necessidade de se escoar a produção. O país redirecionou a exportação para a Índia e realocou o excedente de óleo para a produção de biodiesel, como forma de equilibrar os efeitos negativos do embargo. Mas ao contrário do Brasil, a exportação argentina aumentará 5,26% em 2011, segundo a Oil World. Apesar das relações diplomáticas nebulosas, as vendas ao Irã quase sextuplicaram em 2010 e devem aumentar em 2011. O governo argentino e compradores chineses estão em negociações desde o começo deste ano visando à reabertura gradual das exportações em 2011. O Ministério de Comércio argentino espera que a situação se normalize neste ano. * Comentários feito pelo analista tradutor.
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