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Scot Consultoria

Congresso Internacional da Carne e os novos pilares da pecuária


Sexta-feira, 10 de junho de 2011 - 12h47

Campo Grande, Mato Grosso do Sul, abrigou nos últimos dias o Congresso Internacional da Carne, organizado pela Famasul. Com 1370 inscritos, representando vinte estados brasileiros e onze países, o evento abordou os pilares da produção pecuária. Os alicerces clássicos da produção animal, nutrição, sanidade e genética também foram discutidos, mas o foco as questões que tem tirado o sono de quem produz alimentos. Como foi falado, em termos de pesquisa de produção, temos exportado tecnologia. Falta fazê-la chegar ao campo em maior intensidade. O mercado também foi tema. Vale ressaltar que, apesar da valorização das commodities no último ano, os custos têm subido e a rentabilidade recuado, quando a análise é feita mais a fundo. No cenário incerto que os produtores de alimentos encaram dia após dia, traçaram-se expectativas para o setor. Não é fácil olhar à frente quando o terreno atual ainda é obscuro. Foram apresentadas as pecuárias de países vizinhos, com as estratégias de marketing usadas. Por falar em marketing, este será um dos pilares daqui para a frente, queiramos ou não. Felizmente, parece ser unânime o entendimento da realidade. A sustentabilidade, assunto do momento e de importância indiscutível, foi abordada com bases técnicas, em sua maioria. Também houve espaço para as análises generalistas da FAO que, embora tenha méritos, insiste em ignorar a existência de pesquisas específicas para a pecuária brasileira. Insiste em utilizar análises que contemplam continentes, ao invés de países. Tal fato pode ser justificado, em uma análise mais rasa, pelo fato do estudo ser global. A parte curiosa, ou conveniente, fica por conta da associação da pecuária brasileira à boliviana e equatoriana, por exemplo, enquanto a pecuária dos Estados Unidos carrega apenas a canadense. O consumidor de países desenvolvidos passou do limiar da fome. Seu objetivo agora são os alimentos que trazem consigo o efeito de consciência tranqüila, mesmo que o rótulo, com selo sustentável, seja jogado na calçada. Existe tal demanda e há como atendê-la. Façamos isto. O que não se pode esquecer é que, também segundo a FAO, existem quase um bilhão de subnutridos ao redor do globo. Ou melhor, no sul dele. Temos condições de suprir ambas as demandas. A de quem acredita que a carne nasce nas prateleiras, mas quer um selo para dormir tranqüilo, ou a de quem raramente tem acesso às proteínas e, com aumento da produção, pode vir a tê-lo. Estamos no caminho da sustentabilidade, falta mostrar ao mundo. Hoje, parte-se do princípio que tudo é insustentável, até que se prove o contrário. Provemos. Daqui em diante, a nutrição, genética e sanidade serão senão mais os pilares, mas os meios para uma pecuária sustentável, economicamente eficiente e descriminalizada perante o consumidor.
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