• Sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
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Integração Pecuária-Floresta, genética avançada e resiliência produtiva, as estratégias para cria no MS

Circuito Cria 2025 percorre o Pantanal e planalto sul-mato-grossense e revela sistemas altamente técnicos e modelos reprodutivos que elevam a eficiência da produção de bezerros no estado.


Foto: Bela Magrela

Foto: Bela Magrela

O Circuito Cria percorreu algumas das principais regiões produtoras do Mato Grosso do Sul e encontrou um cenário de pecuária de cria cada vez mais profissional, tecnificada e resiliente. Embora o estado abrigue realidades produtivas muito distintas — da intensidade do planalto à rusticidade do Pantanal — algumas tendências vêm se consolidando nas operações visitadas: expansão da Integração Pecuária-Floresta (IPF) no planalto, melhoramento genético estruturado e manejo reprodutivo cada vez mais preciso, adaptado a cada ambiente.

Entre os destaques está a Fazenda Santa Vergínia, em Bataguassu (MS), reconhecida como a maior operação de IPF voltada à cria no Brasil, com um modelo que alia produtividade e forte compromisso com a sustentabilidade ambiental. Relativamente próxima, a Fazenda Maragogipe, em Itaquiraí (MS), mantém um dos trabalhos de inseminação artificial mais antigos e consistentes do país, mostrando como disciplina e regularidade no manejo reprodutivo não apenas sustentam resultados ao longo do tempo, mas permitem que eles se tornem exponenciais. Já no Pantanal, grupos tradicionais evidenciaram que, em um bioma marcado por cheias, restrições ambientais e grande variabilidade climática, tecnologia reprodutiva, suplementação estratégica e logística afinada são essenciais para manter a produtividade e garantir a estabilidade da produção de bezerros.

Sistema de Integração Pecuária-Floresta no planalto sul-mato-grossense


Foto: Bela Magrela

A Integração Pecuária-Floresta (IPF) se destacou nas visitas realizadas na região de Bataguassu, onde o componente arbóreo melhora significativamente o microclima das pastagens. As árvores reduzem a radiação direta, diminuem a temperatura ambiente e ajudam a conservar solo e água, criando um ambiente mais estável ao longo do ano. Esse arranjo traz ganhos ambientais importantes, sem deixar de lado a necessidade de produtividade.

Do ponto de vista produtivo, o sombreamento distribuído reduz de forma consistente o estresse térmico das matrizes, melhora bem-estar e preserva o escore corporal — fatores decisivos para bons resultados reprodutivos. Os benefícios são ainda mais evidentes nas nulíparas precoces (desafiadas entre 12 e 16 meses), categoria naturalmente mais sensível ao calor, e em rebanhos com participação de raças europeias, que respondem melhor em ambientes mais amenos. Ao criar condições fisiológicas mais favoráveis, a IPF fortalece a regularidade e o desempenho dos sistemas de cria no planalto sul-mato-grossense.

Genética como pilar da eficiência na cria sul-mato-grossense


Foto: Bela Magrela

Nas visitas do Circuito Cria no Mato Grosso do Sul, ficou claro que a genética deixou de ser um complemento e passou a ser um dos pilares estruturais dos sistemas de cria mais eficientes. As propriedades que se destacaram trabalham com seleção bem definida dentro do rebanho, uso disciplinado de biotecnologia e ênfase consistente na precocidade sexual. O desafio das nulíparas precoces de 12 a 14 meses é hoje uma prática consolidada entre as fazendas mais tecnificadas, reduzindo o tempo improdutivo e antecipando o retorno produtivo das fêmeas. Para isso funcionar, o tripé: genética–nutrição–manejo, precisa estar alinhado, com foco especial em fertilidade, habilidade materna e desenvolvimento corporal adequado.

Outro ponto que se destacou nas visitas foram os programas estruturados de seleção, que sustentam boa parte do ganho genético observado no Mato Grosso do Sul. Essas propriedades trabalham com critérios rígidos para avançar características essenciais à cria, como fertilidade, habilidade materna, ganho pós-desmama e rusticidade — atributos fundamentais tanto no planalto quanto no Pantanal. Paralelamente a esse trabalho no Nelore, também observamos sistemas que incorporam genética Angus de forma estratégica, seja para acelerar a precocidade das fêmeas, seja para agregar características de carcaça e acabamento nos cruzamentos destinados à terminação. Essa combinação permite ajustar o rebanho a diferentes mercados e ampliar o retorno produtivo, sem perder o foco na eficiência reprodutiva da base Nelore.

Cria no Pantanal: eficiência em um dos biomas mais desafiadores do país


Foto: Bela Magrela

Produzir bezerros no Pantanal exige uma pecuária construída sobre planejamento, genética adaptada e manejo muito bem coordenado. As visitas do Circuito Cria nas regiões de Miranda e Aquidauana mostraram que, mesmo em um ambiente extremamente variável — com grandes oscilações no nível das águas, áreas produtivas reduzidas e longas distâncias internas — é possível manter bons índices reprodutivos quando o sistema é pensado a partir das características do bioma.

O ambiente é, de fato, o grande desafio. Em determinadas propriedades visitadas, a cheia pode ocupar até 70,0% da área em alguns anos, e a porção realmente utilizável durante todo o ciclo produtivo, em certos casos, não passa de 20,0% a 30,0%. Além dessa oscilação hídrica, muitos produtores ainda convivem com o risco de queimadas na seca, que podem comprometer rapidamente pastagens e infraestrutura. Esse conjunto de fatores exige lotação ajustada, suplementação estratégica e um planejamento cuidadoso da estação de monta e da maternidade, garantindo que as matrizes mantenham escore e ciclicidade mesmo diante de tanta variabilidade ambiental.

Outro avanço importante observado no Pantanal é a adoção crescente de bebedouros artificiais e da suplementação estratégica, práticas que até pouco tempo eram raras no bioma devido à logística complexa e variabilidade do acesso às áreas. A oferta de água limpa e constante, sem depender exclusivamente de aguadas naturais, melhora o consumo, reduzindo deslocamentos longos e contribuído para a manutenção do escore corporal e sanidade das matrizes — especialmente na transição entre cheia e seca. Da mesma forma, a introdução de suplementação de forma contínua permite sustentar desempenho mesmo quando a qualidade da forragem cai. Essas duas ferramentas, antes pouco utilizadas, hoje têm papel central na estabilidade produtiva das fazendas pantaneiras visitadas.

Cria sul-mato-grossense cada vez mais técnica, resiliente e precisa


Foto: Bela Magrela

O Circuito Cria – No Berço da Pecuária evidencia que a cria no Mato Grosso do Sul vive um momento de avanço contínuo, marcado por sistemas mais organizados, eficientes e alinhados às particularidades regionais. No planalto, a expansão da Integração Pecuária-Floresta, o uso disciplinado de biotecnologias reprodutivas e programas de seleção bem estruturados têm impulsionado ganhos em precocidade, produtividade e sustentabilidade. Já no Pantanal, a combinação entre manejo ajustado ao ambiente, suplementação crescente e genética adaptada tem permitido manter regularidade mesmo diante das grandes oscilações de cheia, seca e disponibilidade de área útil.

Entre as propriedades visitadas — com realidades produtivas distintas e níveis variados de intensificação — observou-se que eficiência reprodutiva e estabilidade produtiva surgem quando genética, nutrição, ambiente e manejo dialogam entre si. De forma geral, observou-se uma tendência comum: sistemas que integram esses pilares, respeitando as limitações e oportunidades de cada região do estado, alcançam maior previsibilidade nos índices da cria e constroem bases mais sólidas para o desempenho das fases seguintes da cadeia.

A cria sul-mato-grossense avança para um modelo cada vez mais técnico, resiliente e preciso. Mesmo diante de desafios profundos, seja no Pantanal ou nas áreas mais intensivas do planalto, as práticas observadas demonstram que o estado consolida uma pecuária de cria mais estruturada, sustentável e com capacidade crescente de entregar regularidade e qualidade na produção de bezerros.

Assessoria de imprensa: Bela Magrela Assessoria e Publicidade

(17) 3342-1195 | Rua Coronel Conrado Caldeira, 578 - Centro - Bebedouro/SP

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Casale

Coimma

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MSD Saúde Animal

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Realização:

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Agência responsável:

Bela Magrela

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