• Segunda-feira, 1 de dezembro de 2025
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Da intensificação ao manejo adaptado: o que o Circuito Cria encontrou do Vale do Araguaia ao Pantanal

A fase de cria avança se adaptando às particularidades de cada um dos três biomas prevalecentes no estado.


Foto: Bela Magrela

Foto: Bela Magrela

Saindo de Querência, no Vale do Araguaia do Mato Grosso, a equipe técnica do Circuito Cria acompanhou a transição entre biomas e os desafios que cada um impõem à pecuária no estado, cruzando o Cerrado até chegar na região de Cáceres onde o Pantanal ocupa seu espaço. Foram duas semanas de visitas para mapear a estação de parição, e o levantamento revelou, ao mesmo tempo, pontos em comum e particularidades marcantes entre cada ambiente produtivo.

Apesar das diferenças ambientais e dos distintos níveis de intensificação, a pesquisa identificou pilares que se repetem nas fazendas de referência visitadas: busca consistente por eficiência, uso crescente de genética de qualidade, avanço da tecnificação em várias escalas, gestão profissionalizada e maior atenção ao manejo racional e à sustentabilidade. O que mais chamou a atenção, porém, foi a forma como cada região incorpora esses mesmos fundamentos à sua própria realidade, ajustando processos, estratégias e soluções às características e limitações locais.

Vale do Araguaia - Intensificação como identidade


Foto: Bela Magrela

No Vale do Araguaia, a equipe visitou sistemas que representam uma das faces mais avançadas da pecuária brasileira. Em propriedades que combinam agricultura em larga escala, Integração Lavoura-Pecuária consolidada e unidades produtivas intensivas, a região apresenta alguns dos mais altos níveis de tecnificação da cria em todo o estado. É uma região onde há uma transição entre o Cerrado e a Amazônia.

O uso de feno produzido na terceira safra em áreas irrigadas em pivô, reforça a estratégia nutricional na transição seca-águas, enquanto grandes áreas agrícolas, dão suporte a uma produção de ciclo completo intensiva no período seco do ano. Genética de ponta, manejo nutricional ajustado e equipes especializadas fazem parte da rotina. A percepção da equipe técnica é de que, entre as propriedades de referência avaliadas, o Araguaia desponta como um polo de intensificação, onde a combinação entre agricultura forte e pecuária tecnificada potencializa resultados e acelera a adoção de práticas avançadas.

Cerrado - Diversidade produtiva e estratégias consolidadas da cria


Foto: Bela Magrela

Seguindo para a região de Paranatinga a fazenda visitada utiliza a agricultura, mas não como protagonista. Ela é “a serviço da pecuária”, usada principalmente para recuperar pastagens e dar suporte ao rebanho. O foco está em manter a cria em escala, com manejo estruturado e estabilidade produtiva.

No Cerrado mato-grossense, a expedição encontrou a maior diversidade de modelos produtivos do estado. Na região de Nova Brasilândia e Primavera do Leste, o Circuito Cria visitou desde operações de cria e recria tradicionais, mas com forte leitura de mercado, até sistemas altamente intensivos focados em carne premium, genética diferenciada e integração com grandes áreas agrícolas.

A região possui grupos empresariais com visão estratégica clara, uso de ultrassonografia de carcaça, testes com múltiplas raças (como Wagyu e Belgian Blue) e confinamentos em crescimento, usados de forma estratégica. Com forte presença de algodão e abundância de subprodutos como a casquinha, o Cerrado se mostra uma região fértil para estratégias nutricionais eficientes e para uma pecuária intensiva conectada ao mercado.

Pantanal - Adaptação, manejo e a força da cria


Foto: Bela Magrela

Fechando as visitas no estado, o Circuito Cria chegou ao Pantanal, na região de Cáceres, onde a beleza natural contrasta com desafios únicos que moldam totalmente a forma de produzir. Águas salobras, áreas sujeitas a alagamentos, pastagens nativas de menor qualidade e a presença constante de onças exigem sistemas extremamente adaptados. Nesse contexto, a cria comercial se consolida como a fase mais viável e alinhada às particularidades do bioma.

Entre as estratégias observadas, a desmama precoce ganhou destaque. Além de auxiliar no enfrentamento das limitações ambientais, ela remove o dreno energético imposto pela produção de leite, permitindo que as matrizes recuperem condição corporal com mais rapidez. Isso favorece o retorno ao ciclo reprodutivo dentro da estação de monta e contribui para melhores índices de prenhez — um benefício particularmente relevante em um ambiente em que a recuperação nutricional é naturalmente mais lenta.

Outro ponto marcante é a integração estratégica entre fazendas de terras altas e áreas pantaneiras. Esse modelo permite redistribuir categorias conforme o desempenho esperado de cada ambiente, otimizando o ciclo produtivo mesmo diante das limitações naturais impostas pelo bioma.

Similaridades entre as regiões

Mesmo diante de realidades tão distintas, o Circuito Cria identificou pontos em comum que sustentam a pecuária mato-grossense:

Genética de qualidade em expansão, com uso crescente de acasalamento dirigidos.

Busca contínua por eficiência, seja via intensificação, manejo reprodutivo ou gestão.

Adoção de estratégias integradas, como ILP, em conjunto com suplementação bem planejada.

Gestão profissional, com equipes treinadas e sucessão estruturada em várias regiões.

Compromisso com sustentabilidade, tanto pela necessidade ambiental quanto pela demanda de mercado.


Foto: Bela Magrela

A passagem da equipe do Circuito Cria pelo Mato Grosso revelou um mosaico produtivo em plena evolução. Se no Vale do Araguaia as fazendas impressionam pela intensificação crescente, as propriedades do Cerrado, se destacam como laboratório de inovação e visão de mercado, e conquistam pela cultura de gestão e integração equilibrada, enquanto o Pantanal confirma sua vocação histórica para a cria adaptada, onde cada decisão técnica é moldada pelas fases do bioma.

Para acompanhar cada etapa da pesquisa, acesse os canais oficiais:

Instagram

TikTok

Site oficial

Estão conosco nessa jornada pela pecuária de cria brasileira:

Adama

Associação Brasileira de Angus

Casale

Coimma

GlobalGen Vet Science

MSD Saúde Animal

Trouw Nutrition

Montadora:

Mitsubishi Motors

Realização:

Scot Consultoria 

Agência responsável:

Bela Magrela

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