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Scot Consultoria

UE usa barreiras para dificultar a venda de carnes brasileira


Quarta-feira, 25 de novembro de 2009 - 08h24

A queda das importações e aumento das barreiras técnicas e tarifárias estão dificultando as relações comerciais entre o Brasil e os países da União Européia (UE), além de derrubar a receita brasileira com as exportações de carnes. O maior problema vem sendo enfrentado pelo segmento de aves, que deve entrar nos próximos dias com uma contestação na Organização Mundial do Comércio (OMC). De acordo com o presidente da Associação Brasileiras dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), os dados para o contencioso já estão sendo compilados por um escritório de advocacia. "A decisão deve ser tomada ainda este ano". Segundo o presidente da Abef, o setor vai continuar se movimentando independente das negociações da Rodada de Doha. Além de ter pedido a revisão das alíquotas de importação da carne, o bloco europeu é acusado pelo Brasil de subsidiar seus exportadores, impondo uma concorrência desleal em mercados de grande interesse para o país, como o Oriente Médio. Os exportadores brasileiros devem requerer US$1,1 bilhão de forma a compensar o aumento das tarifas e do volume de cotas. A Abef demonstra ainda preocupação com a taxa de câmbio, que deve resultar em nova queda para as exportações de frango no próximo ano. "Nossa média de crescimento anual nos últimos dez anos foi de 12%. Com o câmbio atual vamos ter uma queda considerável, com fechamento de unidades e diminuição de emprego", disse o presidente da associação. Para 2009, a taxa de crescimento deve ficar entre 1% e 2%. Apesar da recuperação do volume exportado em outubro, quando registrou alta de 6,2% perante igual período do ano passado, a receita continua deficitária: 13,7% inferior a outubro de 2008. Os pequenos e médios frigoríficos também estão se movimentando para assegurar mercados. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) está mudando seu formato institucional, com a criação de um Conselho de Administração e do Departamento de Comércio Exterior. Segundo a entidade, trata-se de um setor que, com a ampliação da atuação da Abrafrigo, passou a ser necessário, a partir da solicitação dos seus membros. Além da disputa comercial com a UE, o setor de carnes terá mais um desafio no próximo ano. Segundo a agência russa de notícias Itar-Tass, o governo local irá prorrogar para 2010 o atual sistema de importação por alocação de cotas. Em vigor desde o início da década, o atual sistema vence em 31 de dezembro de 2009. A prorrogação teria sido anunciada pelo vice-primeiro ministro. O segmento de bovinos é o que mais deverá sofrer a manutenção das cotas na Rússia. O país, juntamente com a UE, derrubou as exportações de carne do Mato Grosso. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a queda do volume embarcado nos dez primeiros meses de 2009 foi de 10,1 mil de toneladas, registrando apenas 8,5 mil toneladas, uma variação negativa de 54%. Para o superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o Sisbov foi o grande entrava nas vendas para os países europeus. "A falta de uma política séria, confiável e auditável, provocam uma instabilidade certeira na relação comercial com a Europa”. O presidente da Acrimat ressaltou que a China e a Rússia evitaram uma queda ainda maior nas exportações neste ano. "A Rússia fez uma grande diferença no volume de carne bovina exportada e é nosso maior consumidor, principalmente da carne de dianteiro, mais barata", disse. Com a extensão das cotas, o avanço no mercado russo poderá ser limitado em 2010. Na comparação dos últimos 12 meses, o registro das exportações mostra que este mercado ainda não se recuperou. Em outubro a queda no volume exportado foi de 7,7% e o faturamento 24,4% em relação a outubro de 2008. A carne suína, apesar do incremento de 40% nas vendas externas, teve uma diminuição de 6,8% em receita. Ninguém passa imune à crise. A norte-americana Tyson Foods, maior processadora de carne do mundo, anunciou um prejuízo de US$455 milhões no quarto trimestre fiscal, mesmo com lucro operacional nos negócios de carnes bovina, suína e de frango. Fonte: DCI. 25 de novembro de 2009. Adaptado por Scot Consultoria.
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