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A mística do Sr. Queiroz...


Sexta-feira, 2 de outubro de 2009 - 07h38

Plínio Barbosa/Fossa - 70 Quando o Sr. Luiz Vicente de Souza Queiroz resolveu concretizar o sonho dele, não imaginou como este sonho povoaria a cabeça de todos os seguidores. Com certeza não sabia que estaria criando uma sociedade plena onde existiria muito amor, respeito, seriedade, alegria, brincadeira, saudade, ética, e mais outras tantas qualidades e virtudes meio escassas nos dias atuais. Apenas criou a Escola Agrícola de Piracicaba. Ele que foi realizador deste sonho tão nobre que foi a criação da ESALQ. Mesmo que ele vivesse nos dias atuais e tivesse evoluído muito no tempo e também se atualizado em conceitos filosóficos, de ocultismo ou paranormais, não saberia nos explicar muitas coisas que acontecem com os seus seguidores nos dias de hoje. Tenho minhas dúvidas de que “ele” fosse capaz de nos explicar qual o sentimento que poderia fazer um homem com a sua família andar 1.500 km para encontrar com um grupo de pessoas que apenas e tão somente moraram durante algum tempo de suas vidas numa mesma casa denominada Republica. Será que ele saberia explicar? Penso que não, mas explicar talvez seja muito difícil, mas não tão importante. O mais importante é o sentimento que envolve este fato e é deste sentimento nós nos orgulhamos. Entendam aqueles que não têm este conhecimento que: as tradicionais Republicas de estudantes de agronomia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” fazem anualmente aniversário como se fossem “seres viventes”. Os atuais moradores da Republica cuidam dos preparativos para o encontro. Lá se encontram com os que hoje moram em diferentes localidades do Brasil e que se formaram em diferentes anos para comemorar o aniversário da Republica que um dia foi o seu lar. O interessante neste fato não é apenas o aniversário, mas sim o que ocorre durante o evento, ou seja: os formandos de 2008 que lá moraram se sentem “amigos”, “familiares” ou “irmãos” daqueles que se formaram em 1970, por exemplo, apenas e tão somente pelo fato de terem morado debaixo de um mesmo teto que tenha tido o mesmo nome. A república pode ter mudado de local, mas o nome e os sentimentos não mudaram. O que faz seres humanos lógicos terem esse sentimento tão forte e arraigado e profundo? Será que algo foi despertado nesse consciente coletivo nascido com o Sr. Queiroz? Quais os códigos desejados e que não foram escritos e que estão sendo obedecidos? Quais os pensamentos e pactos não traçados que foram aprovados “individualmente” que fizeram da aceitação uma aprovação unânime? Difícil obter estas respostas... é isto que eu digo que nem o Sr. Queiroz saberia responder. Neste dia 12 de setembro, mais uma vez estivemos juntos realizando o nosso encontro anual dos Esalqueanos no Mato Grosso, e mais uma vez pudemos observar, os bons sentimentos juntos e em todos os participantes. Qual a força poderia trazer um Esalqueano do interior de Goiás para participar de um churrasco em Cuiabá? Qual o ser humano que em sã consciência andaria 300, 400, 500 ou 650 km de estrada no Mato Grosso para participar de um churrasco? É bem verdade que não nos encontramos apenas para alimentar o corpo com um churrasco. Viajamos e nos encontramos pelas alegrias de estarmos com um “irmão” que foi doado por Luiz de Queiroz, e que esta é a oportunidade de encontrarmos com ele e com a família dele, saber como ele está e vibrar com as suas alegrias. Vamos ao evento porque queremos e participamos como se fossemos “uma família do mesmo sangue”. Uma irmandade como nenhuma outra das que conheço. Não temos códigos nem hierarquia e todos participam como acham que deveriam participar e contribuem nos afazeres como querem, reina a harmonia e todos ficam felizes. Em momento nenhum alguém deixa de ser ouvido ou atendido ou até mesmo de servir e ser servido. Se alguém ouve uma vontade ou desejo de outro, em poucos minutos, lá esta o desejo realizado como se fosse uma mágica, como uma mãe atendendo ao pedido de um filho. Onde estaríamos cada um de nós se não fizéssemos parte do sonho do Luiz de Queiroz? Não sou capaz de imaginar como seria o meu encontro com um colega de turma se fossemos formados por outra escola. Uma vez encontrei com uma engenheira agrônoma, não Esalqueana, uma pessoa muito sensível e depois cheguei à conclusão de que talvez fosse até um pouco sensitiva e, no meio da conversa, perguntei se ela conhecia a ESALQ. Ela respondeu que sim e sentia pena e até certa tristeza por não ter cursado e formado na Agronomia de Piracicaba. Na continuação da conversa ele me disse que quando entrou pela primeira vez no “nosso prédio Central”, e que estava andando “só” pelos corredores, sentia que era uma área “povoada por pessoas” e que parecia que as paredes eram construídas de pessoas e de saber, chegando dizer: “parece que as paredes falam”. São falas que não nos esquecemos. Voltando à nossa Festa de 10º. Aniversário da AEMAT. Desta vez cheguei cedo e vi toda a movimentação do dia desde o inicio do evento, a arrumação para a entrega das camisetas e da entrega das canecas até a hora que fui embora e que já estava escuro. Que maravilha de organização, cuidado, zelo dos organizadores para com tudo, acho que não quebrou nenhum copo ou nenhuma caneca, pelo menos eu não vi. Ninguém disse para ninguém o que pode ou o que não pode, ou que deve e o que não deve. Nenhum aviso restritivo ou proibitivo. Faltam palavras para definir e agradecer a tudo isto que observamos nesta e em outras oportunidades. Não podemos nos esquecer que tínhamos pessoas de diferentes idades. Estávamos em um grupo com diferentes anos de formatura. Eu era o mais “antigo”, sou da turma de 70, mas tínhamos no grupo formandos de 1970 a 2008. É como se todos fossemos da mesma família, e todos nós filhos do Sr. Queiroz. Que sentimento gostoso. Nas conversas do encontro de 2007 descobrimos fatos altamente gratificantes como encontrar um Esalqueano cujo pai também Esalqueano é da minha turma, e que saltamos de paraquedas juntos. Encontrar com a esposa de um Esalqueano e descobrir que o pai dela foi amigo de festas e de brincadeiras dançantes na juventude. Encontrar um Esalqueano que é amigo dos meus cunhados e ex-aluno da minha sogra. Isto é recordação, é vida, é saudade. Nesta “Fraternidade de Esalqueanos” eu quero agradecer a todos, um a um, inclusive aos familiares, às esposas e filhos de cada um de vocês. Citar nome poderia cometer injustiça. Para cada um devemos abraço e um agradecimento junto com os desejos de que “o melhor dia seja sempre uma preparação para o amanhã”. Tenho um amigo que disse: “Para ser universal cante a sua aldeia”. Acho esta frase uma grande verdade e que também estamos fazendo a nossa parte.
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