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Scot Consultoria

Fusão Bertin x JBS-Friboi: quais as conseqüências?


Quinta-feira, 17 de setembro de 2009 - 08h51

Por Lygia Pimentel e Alcides Torres A JBS-Friboi comprou o Bertin? Foi uma fusão? Quem controla quem? Quais são as implicações para os outros segmentos da cadeia? A especulação tem sido grande acerca desse assunto. A Scot Consultoria esteve no Interconf, onde algumas informações foram divulgadas. O acordo ainda está sujeito a alterações e mudanças, mas algumas posições foram estabelecidas. Na verdade, o que importa é o seguinte: a operação consiste em uma fusão entre empresas. A JBS-Friboi fica com 52% da holding, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fica com 27%, o Bertin com 10% e o restante pertence a acionistas minoritários. Além disso, o Bertin ainda participa da gestão e entra com outras empresas que fazem parte da sua administração, entre elas, os frigoríficos, o curtume Bracol, a Vigor, seus confinamentos e demais segmentos. A preocupação gira em torno do desdobramento dessa operação. De acordo com pesquisa da Scot Consultoria, levando em consideração as principais indústrias do país (entre plantas ativas, inativas e paralisadas), a JBS-Friboi é responsável por 21,8% dos abates (o que não significa a capacidade de abate total). O grupo Bertin é responsável por 17,3% e a fusão gerará um gigante capaz de abocanhar 39% do abate dos grandes frigoríficos. O Brasil possui mais de 750 plantas frigoríficas em funcionamento, sendo que mais de 100 dessas unidades pertencem aos maiores grupos. Segundo a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) 90% da carne exportada é processada por esses grupos e 35% do mercado interno também é abastecido por eles. Para os pequenos grupos frigoríficos, o desempenho poderá ser prejudicado em função da concentração. Como ficará o preço da carne para o varejo? Para o fazendeiro, a notícia não é bem-vinda: se a concorrência diminui, o preço da arroba perde sustentação. Na outra ponta, a fusão significa consolidação no mercado. Para o fazendeiro, maior confiança em termos de segurança de recebimento (será?). Para o comprador de carne doméstico e internacional, segurança da entrega e padronização, em função do volume. O governo também gosta. É menos gente para fiscalizar. Da crise a única certeza. A concentração dos agentes de mercado. Menos frigoríficos, menos supermercados e, por fim, menos pecuaristas.
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