O conceito de depreciação

Um leitor nos solicitou uma explicação sobre o conceito de depreciação. Então vamos lá. Depreciação é o provisionamento de recursos para reinvestimento. Pegue um ativo da fazenda. Um curral, por exemplo. Ele tem um período de vida útil que, digamos, seja de 20 anos. Isso significa que, 20 anos após a sua construção, ele não servirá mais para nada. Será necessário, portanto, construir outro no lugar. Se a fazenda não se provisionou, não terá os recursos necessários para tanto. A depreciação é aquele custo que o pecuarista não enxerga, porque não sai diretamente do bolso. Mas é necessário colocá-lo na conta. O cálculo é simples. Valor inicial (do bem novo) menos o valor final (sucata), dividido pelo período de vida útil. Voltemos ao exemplo. Vamos supor que um curral novo vale cerca de R$100 mil, que o seu valor de sucata equivale a mais ou menos 10% do novo (R$10 mil) e que o período de vida útil, como já informamos, é de 20 anos. Portanto, R$100 mil - R$10 mil = R$90 mil. Esse montante, dividido por 25, dá R$4,5 mil. A depreciação anual do curral é de quatro mil e quinhentos reais. Esse montante não precisa ser guardado todo ano. Ele pode ser, justamente, reinvestido anualmente, e o curral vai se “perenizando”. Isso vale para qualquer ativo que perde valor ao longo do tempo. O pasto é outro exemplo. Já a terra não se deprecia, pois ela ganha valor com o passar dos anos. Vamos tratar do pasto. Quando investimos nele, com adubações e defensivos, aumentamos os gastos variáveis, mas reduzimos o custo fixo (depreciação), pois o período de vida útil aumenta. Além do mais, como a capacidade de suporte tende a crescer, os custos gerais por unidade produzida (cabeça, kg ou arroba) se diluem. Esse é o objetivo da aplicação de tecnologia. Aumentar a produção (e, portanto, a receita), ao mesmo tempo em que se reduz e/ou se dilui os custos fixos.
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