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Scot Consultoria

Projeções mundiais para a carne bovina


Segunda-feira, 17 de agosto de 2009 - 08h36

Estive analisando os números referentes à carne bovina disponibilizados pela FAO/OECD no Agricultural Outlook 2009-2018. A FAO é o órgão das Nações Unidas para questões relacionadas à Agricultura e Alimentação. A OECD é um grupo de 30 democracias, a grande maioria nações desenvolvidas, do qual fazem parte, por exemplo, Estados Unidos, Japão e as maiores economias da Europa. A expectativa é que o consumo mundial de carne bovina cresça entre 12% e 14% até 2018. Tal crescimento é muito bem-vindo, mas vale destacar que para a carne de frango a expectativa é de aumento de 33% a 34% na demanda mundial, mais do que o dobro esperado para a carne bovina. A maior expansão de consumo, para todas as carnes, deve ocorrer nos países em desenvolvimento. No caso da carne bovina, a expectativa é de 21% a 23% de aumento. Nos países desenvolvidos (membros da OECD), a demanda por carne vermelha tende a estagnar (expectativa de total ausência a apenas 3% de crescimento). No caso dos países ricos, é preciso considerar que o consumo per capita já é muito alto, ou seja, há pouco espaço para crescimento. Além do mais, a carne de frango ganha mais espaço em função do apelo relacionado à saúde e pelo resultado das campanhas difamatórias contra a carne vermelha, que hoje é apontada como um dos principais motores do desmatamento e do aquecimento global. Nos países em desenvolvimento, a carne de frango se destaca em função de preço. No caso dos países ricos, dá para pensar que as dificuldades de expansão da produção tende a gerar um aumento do déficit de carne bovina, mesmo com o consumo andando de lado. Porém, o relatório aponta que a produção dos países-membros da OECD deverá crescer entre 1% e 3% até 2018, ou seja, a necessidade de importação poderá até diminuir um pouco (fica na dependência do comportamento das exportações desses países). A bola da vez é mesmo os países em desenvolvimento. A produção de carne bovina desse grupo deverá crescer entre 20% e 22% até 2018, ou seja, muito mais do que o esperado para os países ricos. Porém, num ritmo ligeiramente inferior ao avanço esperado para o consumo. As nações desenvolvidas nunca perderão a importância em termos de comércio, graças ao elevado patamar de consumo e aos preços praticados. No entanto, as melhores oportunidades estão do “lado pobre” (talvez já não tão pobre) do planeta.
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