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Scot Consultoria

Boi x exportações x carne no atacado


Quinta-feira, 6 de agosto de 2009 - 08h43

As exportações brasileiras de carne bovina in natura recuaram em julho (veja mais em “Queda das exportações de carne bovina in natura em julho”), mas os preços se mantiveram em alta. A má notícia é que a valorização da moeda nacional tem anulado os ganhos obtidos no mercado internacional. Veja a figura 1. O mercado estava firme até outubro de 2008, embalado pela expansão da economia mundial. Com o estouro da crise econômica, as cotações começaram a ceder. Entre outubro de 2008 e julho de 2009 o preço médio da carne in natura, exportada pelo Brasil recuou 23% em dólares e 33% em reais. Na verdade, a fase de baixa do mercado externo se estendeu de outubro/08 a fevereiro/09. De fevereiro para março, após o enxugamento dos estoques mundiais e a retomada das compras, iniciou-se um processo de recuperação. Entre fevereiro e julho de 2009, em dólares, o preço médio da carne in natura brasileira reagiu 20%. O problema é que, em reais, a variação foi de míseros 0,1%, ou seja, o preço praticamente não saiu do lugar. Vamos incluir o atacado e o boi na análise. Na figura 2 transformamos tudo para R$/kg. Veja que, entre outubro de 2008 e julho de 2009, a carne no atacado recuou 14%. A carne exportada, como já mostramos, caiu 33%. E o boi recuou 11%. A margem da indústria, sobretudo a exportadora, encolheu. Porém, entre fevereiro e julho de 2009, período de recuperação dos preços internacionais, registramos um recuo de 0,7% para o boi. No atacado, a carne subiu 0,4%. Lá fora ela reagiu 0,1%. A situação estava se equilibrando para a indústria frigorífica. No início de agosto o couro e o sebo voltaram a trabalhar em ambiente firme. Ótima notícia, uma vez que, ao menos quando analisamos o mercado doméstico, estes eram os grandes responsáveis pela quebra dos resultados da indústria (veja mais em “O problema da margem da indústria frigorífica não está na carne”). Só que agora é a carne que resolveu não colaborar. O atacado está trabalhando em baixa, num período em que, normalmente, deveria trabalhar em alta. A volta às aulas sempre dá uma força para as vendas de carne. Será que a gripe A, que prolongou as férias escolares em São Paulo, atrapalhou tudo? Ou o problema está mesmo na renda? Vamos saber a partir da semana que vem.
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