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Scot Consultoria

Boi gordo: horizonte mais favorável


Sexta-feira, 31 de julho de 2009 - 08h20

Já comentamos várias vezes, neste mesmo espaço, que o aperto das margens das indústrias frigoríficas tem levado a um início de entressafra amarrado. O mercado do boi gordo trabalha em ambiente firme há pelo menos três meses (figura 1), mas em ritmo de alta moderado e descontinuado. As dificuldades enfrentadas pelos frigoríficos se devem à frouxidão do mercado de couro e sebo (queda de 10% e 17%, respectivamente, ao longo dos últimos dois meses), do fato da carne no atacado estar “patinando” (queda de 3% ao longo dos últimos dois meses) e dos preços internacionais da carne bovina, apesar da recente recuperação, estarem bem abaixo dos patamares de 2008, sendo que o real está em valorização. De toda forma, alguns sinais positivos começam a pintar aqui e ali. Em agosto tem volta às aulas, o que deve ajudar a aquecer um pouco as vendas domésticas de carne bovina. Na média dos últimos anos (1998 e 2008) tem-se uma valorização de 5,8%, entre julho e agosto, para a carne bovina no atacado paulista. Além do mais, a economia brasileira dá sinais bastante claros de recuperação. No mercado externo, a tendência é que os preços internacionais se mantenham em alta, ainda que moderada. Além do mais, na virada de agosto para setembro a União Européia, com o fim das férias de verão, deve voltar às compras com mais intensidade. A Rússia é outro cliente que deve começar a importar um pouco mais, isso graças à valorização do rublo e para se antecipar ao congelamento dos portos a partir de novembro. No que diz respeito aos subprodutos, a demanda por sebo, conforme o frio vai ficando para trás, tende a melhorar. Os curtumes também esperam por um aquecimento das vendas de couro com o fim das férias na Europa, sendo o câmbio a grande ameaça. A oferta de animais terminados, por sua vez, deve se manter relativamente reduzida. Afinal, é entressafra (pouco gado de pasto) e o confinamento deve registrar retração de cerca de 10% este ano, de acordo com estimativas da Scot Consultoria. Sem contar que a reabertura de plantas frigoríficas (destaque para o MT) deve acirrar a disputa pelo boi. Logicamente que não é prudente esperar que o boi gordo ingresse em um movimento de alta de acentuada magnitude, como ocorreu em 2007 e 2008. Afinal, o mundo ainda está em crise. Mas esse outubro/09, na BM&F, entre R$84,50/@ e R$85,00/@ faz a gente coçar a cabeça.
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