Queda no consumo de carne bovina é injustificável

A febre aftosa é uma doença que – salvo raríssimas exceções – não acomete o homem. A polêmica em torno da aftosa deve-se aos prejuízos econômicos que ela pode causar. O animal acometido pode começar a apresentar os sintomas 2 dias após ser infectado, mas o período de incubação, quando o animal contamina outros mas não demonstras sinais da doença, pode variar de 2 a 14 dias. Dessa forma, no momento da descoberta de um foco de aftosa, a chance de outros animais estarem infectados é grande. O vírus da aftosa pode ser transmitido pelos animais vivos e por seus derivados. A carne que apresenta pH acima de 6,0 permite a sobrevivência do vírus. Através desses dados fica visível que a disseminação da doença é fácil e pode tomar proporções alarmantes rapidamente. Os animais infectados apresentam perda de peso e redução na produção de leite. O problema agora tem sido a falta de informação da população sobre o assunto. No Paraná o consumo de carne bovina produzida no Estado caiu pela metade. Os varejos pararam de comercializar carne paranaense e colocaram faixas avisando sobre a procedência da carne comercializada, depois do surgimento dos possíveis focos de aftosa no Estado. Em Mato Grosso do Sul, o consumo de outras carnes tem crescido ultimamente. Carnes de frango, suína e de peixe foram as alternativas encontradas. É justificável que a população se pergunte sobre a origem da carne, sobre os possíveis prejuízos de consumir carne contaminada. Ninguém espera que todos saibam detalhes sobre uma dentre outras milhares de doenças. Entretanto, era de se esperar que as redes varejistas esclarecessem e evitassem o erro de julgamento. Esse erro pode complicar ainda mais a situação de Mato Grosso do Sul e do Paraná, uma vez que a cadeia produtiva esteja fragilizada. (LMA)
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