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Scot Consultoria

Produção e exportação de carne bovina brasileira em 2009


Quinta-feira, 30 de abril de 2009 - 09h01

Por Fabiano Tito Rosa O objetivo desta notícia é apresentar e analisar as previsões realizadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), presentes em relatório recém-divulgado. De acordo com o USDA, a produção brasileira de carne bovina deverá recuar cerca de 1%, passando de 9,024 milhões toneladas equivalente carcaça em 2008 para 8,935 milhões em 2009. Vale destacar que, no relatório anterior (outubro de 2008), a estimativa era de 9,395 milhões de toneladas equivalente carcaça para a produção de carne bovina do Brasil. Este poderá ser o terceiro ano seguido de queda na produção brasileira de carne bovina, resultado direto da redução da oferta de animais terminados. Em 2009 tem-se o agravante da crise econômica, que afeta negativamente a retomada dos investimentos produtivos, além de ter levado ao fechamento de várias unidades de abate. Ainda assim, o Brasil deve se manter na segunda posição do ranking de produtores, atrás apenas dos Estados Unidos, com 12,105 milhões de toneladas equivalente carcaça, e à frente da União Européia, com produção de 8,200 milhões de toneladas equivalente carcaça. Vale destacar que o USDA acredita numa retração de pouco mais de 2% para a produção mundial de carne bovina, pois além da crise é preciso considerar que alguns grandes players vêm sofrendo com intempéries climáticas e redução de subsídios. Como o ajuste da produção mundial tende a ser o dobro do que deve ser registrado para a produção brasileira, a representatividade (market share) do Brasil deve aumentar. Já as exportações brasileiras de carne bovina tendem a recuar aproximadamente 7%, segundo o USDA. Passariam de 1,801 milhão de toneladas para 1,675 milhão de toneladas equivalente carcaça. A estimativa anterior era de que chegassem a 2,015 milhões de toneladas. Logicamente que essa expectativa negativa é reflexo direto da crise econômica. Entretanto, os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que os embarques brasileiros já estão em recuperação, após forte achatamento verificado a partir de outubro de 2008. Considerando apenas a carne in natura, houve aumento de mais de 24% nos embarques de março, na comparação com fevereiro, sendo que para abril a expectativa é de mais um “salto” significativo. Caso mantenham o ritmo, é possível que as exportações brasileiras de carne bovina, em termos de volume, registrem um ajuste bem mais modesto em relação ao que espera o USDA, ou até mesmo não venham a cair, considerando também a reabertura do mercado chileno e a liberação de novas fazendas para atender a União Européia. Para as exportações mundiais o USDA acredita em retração ligeiramente superior a 4%. Se as expectativas norte-americanas se confirmarem, o Brasil perderá um pouco de market share. De toda forma, a distância entre Brasil e Austrália (segundo maior exportador mundial) ainda ficaria em mais de 300 mil toneladas equivalente carcaça, montante equivalente ao exportado pelo Uruguai. É importante deixar claro que os números do USDA diferem um pouco daqueles que levantamos por aqui. Em 2008, por exemplo, com base em estatísticas do MDIC, a Scot Consultoria considera que o Brasil exportou algo em torno de 2,129 milhões de toneladas equivalente carcaça de carne bovina. Independentemente das discrepâncias numéricas, o fato é que o relatório do USDA aponta que, em termos “macro”, a pecuária brasileira deve se comportar relativamente bem perante a crise. Os ajustes esperados podem ser considerados leves e não ameaçam a posição de destaque que o Brasil ocupa no cenário mundial.
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