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Scot Consultoria

Brasil poderá perder US$200 milhões por mês


Terça-feira, 25 de outubro de 2005 - 12h39

As exportações brasileiras de carne bovina deverão cair pela metade no último trimestre do ano, no cenário atual em que nem todos os embargos anunciados por países importadores abrangem o estado de São Paulo. Se forem notificados focos de febre aftosa no estado, responsável pelo 60% do embarque do produto, o recuo das exportações poderá ser de 90%, segundo a Scot Consultoria. "O prejuízo poderia chegar a US$ 200 milhões por mês", conta Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria. De janeiro a setembro, foram embarcadas 1,66 milhão de toneladas das 2,2 milhões de toneladas estimadas pela Scot Consultoria para o ano. No último trimestre, deveriam ser exportadas 540 mil toneladas. Mas, mantida a situação atual, com a suspensão de compras por 43 países, o País deve exportar entre 200 mil toneladas e 250 mil toneladas até o fim do ano. Na sexta-feira, Indonésia e Suíça anunciaram embargo a animais, à carne brasileira e a subprodutos. A Indonésia cancelou ainda a importação de farelo de soja. Os embarques totais devem somar entre 1,8 milhão de toneladas e 1,9 milhão de toneladas. "A situação é preocupante. Alguns frigoríficos grandes suspenderam abates no Mato Grosso do Sul e decretaram férias coletivas", diz Rosa. A avaliação feita pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo desde o fim de semana apontou que não foram encontrados sintomas da doença nas 16 propriedades que receberam animais do Paraná em outubro. Segundo Vladimir de Souza Nogueira Filho, do grupo de vigilância que monitora as propriedades, a maioria delas foi investigada até ontem. "As propriedades de Itapetininga, Restinga e São Carlos, que receberam 37 animais da EuroZebu, realizada em Londrina, de 1 a 9 de outubro, foram visitadas e nenhum sintoma encontrado", diz o representante do órgão.O período de 14 dias em que o vírus se manifesta nos animais contaminados terminou no dia 22 nas três propriedades, de acordo com Nogueira. Assim que concluídos os exames clínicos nos 806 bovinos e 793 suínos das 16 propriedades, terá início a etapa de avaliação sorológica, o que pode ocorrer hoje ou amanhã. Controle dos focos Para o presidente do Fórum Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, desde que haja barreiras nos estados limítrofes com o Mato Grosso do Sul que impeçam o trânsito de animais vivos e de carnes com risco de contaminação, é possível controlar os focos da doença. "O problema no Paraná é, na verdade, o problema do Mato Grosso do Sul", diz. Ele lembra que a campanha de vacinação contra a febre aftosa em novembro no circuito Centro-Oeste também será fundamental para o controle da enfermidade no País. As regras para a entrada no estado de São Paulo de produtos e sub-produtos de origem animal do Paraná, exceto os originados dos municípios interditados devido à suspeita da doença, por meio de corredores sanitários, foram definidas em portaria publicada hoje pela secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo. "Desde sexta-feira, nenhum animal vivo ou carne com osso com risco de contaminação do Paraná ingressou no estado", diz o secretário da pasta, Antonio Duarte Nogueira Júnior. A secretaria avalia a possibilidade de antecipar para esta semana a vacinação do rebanho do estado, prevista para novembro. "Pode haver também suspensão dos eventos agropecuários realizados em São Paulo, que tenham aglomeração de animais", diz o secretário. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Minas Gerais, também publica hoje portaria regulamentando o trânsito de animais vivos, carnes e subprodutos originados do Paraná. "A portaria regulamenta o que está ocorrendo desde sábado. A principal barreira é em Extrema, na divisa de Minas com São Paulo", afirma o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto. Amanhã haverá reunião em Brasília dos secretários de agricultura dos estados para discutir o problema da aftosa. Rodrigues defende que os estados decidam em conjunto onde há necessidade de barreiras. Segundo o diretor-geral do IMA, Minas Gerais não recebeu animais vindos da EuroZebu, de Londrina (PR). Chiara Quintão Gazeta Mercantil
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