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Brasil atraiu investimento recorde em 2008


Quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 - 10h30

Contrariando a tendência mundial, a entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil cresceu 20,6% e chegou ao valor recorde de US$41,7 bilhões no ano passado, de acordo com dados preliminares divulgados pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O fluxo global, segundo estimativa da organização, caiu 21% e ficou em US$1,4 trilhão em 2008. A crise internacional originada nos países desenvolvidos foi o principal motivo dessa diminuição e, embora ela tenha atingido também os emergentes, foram as nações ricas que mais sofreram impactos na seara da atração de investimentos. A Unctad estima em 33% a redução do fluxo nos países desenvolvidos em 2008. No mundo em desenvolvimento, a entrada de recursos externos cresceu 4% no ano passado, segundo estimativa da entidade. Para a organização, as nações emergentes têm se mostrado mais resistentes aos efeitos da crise. Nesse ponto, os principais destaques foram a África e a América Latina, para onde o fluxo de investimentos cresceu 16,8% e 20,6% em 2008, respectivamente. O aumento dos investimentos na América Latina, segundo a Unctad, foi influenciado especialmente pela América do Sul. O Brasil foi o país que mais recebeu recursos externos na região, mas outras nações latino-americanas tiveram até um crescimento maior na atração de investimentos. Foi o caso do Chile, com aumento de 23,2% para US$17,8 bilhões; do Peru, com acréscimo de 38,9% para US$7,4 bilhões; e da Argentina, com crescimento de 27,9% para US$7,3 bilhões. Dos 37 países listados pela Unctad, o Brasil ficou na oitava posição entre os maiores receptores de IED, atrás apenas dos Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia, Hong Kong e Espanha e na frente de economias importantes como Japão, Alemanha, Itália e Índia. Dois fatores preponderantes para a atração de IED são o tamanho do mercado e o crescimento da economia. Vários países emergentes, entre eles o Brasil, têm grandes mercados potenciais, em parte ainda não explorados, e vêm crescendo num ritmo acelerado nos últimos anos. Em 2009, a Unctad avalia que os efeitos da crise serão mais amplos, sendo que a entrada de recursos nas economias emergentes deve diminuir também. No caso do Brasil, é esperada uma redução, mas não grande. O volume de investimentos diretos deve ficar nos mesmos patamares de 2007, de US$34,6 bilhões, considerado ainda um valor bastante representativo. Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), o fluxo de recursos para o Brasil deverá ser influenciado por dois fatores: em primeiro lugar a retração da economia mundial, que reduz a demanda internacional por produtos e, conseqüentemente, o ímpeto das empresas em investir; e, em segundo lugar, o grau de investimento atingido pelo país no ano passado, o que historicamente faz aumentar o interesse dos investidores. O número de 2009 será resultado da soma desses vetores, um que puxa o fluxo para baixo e outro que empurra para cima. A crise, segundo a Unctad, interrompeu uma tendência de aumento do movimento mundial de IED que vinha desde 2003. É difícil prever quando haverá uma retomada do crescimento, mas cedo ou tarde isso deverá ocorrer, principalmente porque a recessão internacional deverá baixar o preço dos ativos de forma geral e criar oportunidades de investimentos. A Unctad acrescenta que grandes economias emergentes como Brasil, China, Índia e Rússia se mantiveram atrativas aos investidores mesmo após o recrudescimento da crise e os investidores devem continuar a favorecer nações como estas em busca de opções mais lucrativas. Fonte: Agência de Notícias Brasil Árabe. 20 de janeiro de 2009.
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