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Scot Consultoria

Carne bovina: a expectativa recai sobre o mercado interno


Terça-feira, 28 de outubro de 2008 - 09h53

Há pouca oferta de gado no mercado. O que existe de animais terminados está nas mãos dos confinadores, sendo que a maior parte do gado de cocho já foi comercializada. Boi de pasto só mais adiante. Por outro lado, no que diz respeito à demanda por carne bovina, o atacado vem trabalhando em baixa ao longo dessa segunda quinzena de mês (como é típico do período) e, no mercado internacional, o cenário é de vendas retraídas, preços em queda e aumento dos prazos de pagamento. O dólar reagiu, é verdade, mas as indústrias estão preocupadas com a dificuldade de acesso a crédito e com a queda do volume exportado. Ao final, mesmo com o movimento favorável do câmbio, o resultado pode mesmo ser comprometido. Mediante tal cenário, os frigoríficos reduziram a pressão de compra, e alguns paralisaram temporariamente as atividades. Estão esperando por uma “definição dos mercados”. Nesse caso, as apostas para um bom final de ano se concentram no mercado doméstico. Primeiro, porque 75% da produção nacional é comercializada internamente. Segundo, porque a economia brasileira ainda não foi seriamente afetada pela crise (emprego e renda seguem em alta). Terceiro, porque no final de ano sempre há um aquecimento adicional da economia, em função do 13º salário e das festas típicas do período. Se a crise não afetar o comércio internacional mais do que afetou até agora (a queda dos preços pode ser compensada pela desvalorização do real), a oferta de animais terminados se mantiver em níveis relativamente baixos (de onde pode sair um bom volume de gado em novembro?) e o mercado interno realmente der a sua contribuição para a sustentação do consumo, o mercado do boi gordo pode voltar a trabalhar em ambiente firme a partir de novembro. Para que a pressão baixista sobre o boi gordo ganhe ainda mais força no mês que vem, será preciso que a crise se intensifique (a ponto de repercutir negativamente no consumo doméstico), que as medidas adotadas pelo governo não sejam suficientes para, ao menos, reduzir o problema de acesso a crédito e que a oferta de animais terminados surpreenda positivamente as indústrias. (FTR)
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