G-20 fica mais frágil após novo fracasso

A fracassada tentativa do G-7 de reanimar a Rodada Doha causou nova desunião no G-20, grupo liderado pelo Brasil para a negociação agrícola na Organização Mundial do Comércio (OMC). O G-7, grupo formado por Brasil, Estados Unidos, União Européia, China, Índia, Japão e Austrália, chegou próximo de um entendimento na sexta-feira (19/09) sobre um mecanismo de proteção para países como China, Índia e outros com agriculturas frágeis de bloquearem um súbito aumento de importações agrícolas. No sábado (20/09), entretanto, a delegação indiana voltou atrás, depois de consultas com os ministérios em Nova Déli, jogando por terra a tentativa e congelando na prática a negociação global por um bom tempo. A péssima atmosfera se refletiu na reunião do G-20 realizada na segunda (22/09), com três membros do G-7 com visões diferentes - o Brasil com interesses exportadores, China e Índia sendo protecionistas. De um lado, os exportadores se queixaram das alegações indianas de falta de "instrução política" para continuar as negociações. Chineses e indianos, por sua vez, sequer enviaram embaixador para a reunião do G-20, sendo representados por escalões inferiores. Crescentes "pequenas críticas" entre representantes de países exportadores e importadores pioraram o ambiente. A África do Sul contestou também uma discussão dentro do G-7 sobre criação de novas cotas para produtos agrícolas, reclamando a não previsão destas no mandato de Doha. Enquanto Doha fica semi-morta na geladeira, a União Européia tampouco dá sinais de interesse em retomar a negociação de um acordo de livre comércio com o Mercosul, apesar dos apelos do bloco do Cone Sul. "Não há nada previsto", reiterou o porta-voz de Mandelson, comissário europeu de comércio. Fonte: Jornal Valor. Adaptada pela Scot Consultoria. 23 de setembro de 2008.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>