Clima derruba grãos

O relatório de progresso de lavoura publicado toda segunda-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) derrubou as cotações das principais commodities agrícolas na Bolsa de Chicago (CBOT). Houve limite de baixa para a soja e para o milho, que se desvalorizaram em 22% e 31%, respectivamente, desde que atingiram os preços recordes, em junho. A expectativa de temperaturas elevadas e de um “veranico” (estiagem prolongada e altas temperaturas durante o período de chuvas) não se concretizou. Agosto, considerado mês crítico para a soja, mostra clima razoável para o desenvolvimento da cultura. As projeções de clima favorável às lavouras, além do desenvolvimento das culturas estar em linha com a média histórica, fez com que as projeções de produtividade média fossem aumentadas, derrubando os preços dos grãos. É preciso considerar também a queda dos preços do petróleo, que reduz a “pressão de custos” sobre a agricultura. De toda forma, a volatilidade e os exageros de mercado continuam. A questão climática sempre é uma ameaça à produtividade, embora, de acordo com as projeções, os riscos sejam, hoje, pequenos. Contudo, os “apertados” estoques ainda dão suporte aos preços dos grãos, que necessitam de mais de uma safra cheia para voltar aos patamares de preços anteriores a essa alta. (JA)
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