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Scot Consultoria

Carne bovina: na saída, nada está ajudando


Sexta-feira, 18 de julho de 2008 - 09h02

É fato que houve um ligeiro aumento na oferta de animais terminados ao longo das últimas semanas. Em algumas praças mais, em outras menos, mas em geral as escalas de abate avançaram 2 ou 3 dias. Estavam curtíssimas, agora estão curtas, sendo que a grande maioria dos frigoríficos ainda trabalha bem abaixo da capacidade normal de abate. Então vem a pergunta. Pelo lado da oferta, seria de se esperar que o mercado recuasse? Não, não seria. Talvez R$1,00/@ em algumas regiões, mas não R$2,00/@ ou R$3,00/@, às vezes até mais, como vem acontecendo. O problema é que na saída, na ponta vendedora, nada está ajudando. Vejam só: 1. O câmbio está frouxo, o que leva a uma forte valorização do boi em dólares e limita os aumentos registrados para a carne bovina exportada, quando se converte os preços para moeda nacional. E o principal importador, que paga melhor (União Européia), praticamente não vem absorvendo a nossa carne; 2. A inflação incomoda o consumidor, que reduz as compras. No que diz respeito às carnes, ele já começa a migrar da carne vermelha para a carne de frango. 3. O preço do frango, dentre as principais carnes consumidas no Brasil, foi o que menos subiu no último ano. Ainda assim, e com aumento dos custos (graças à explosão dos preços do milho), a produção nacional está aumentando. Não existe pressão de oferta, como acontece com a carne bovina. 4. Couro e sebo também estão em queda, ou seja, a indústria frigorífica realmente atravessa um período de aperto. Todos esses fatores foram discutidos, esta semana, na edição 774 do informativo pecuário semanal Boi & Companhia, editado pela Scot Consultoria. O fato é que existe um fator estrutural, que deverá manter o mercado do boi gordo firme, ainda por um bom tempo, apesar da pressão baixista atual. É a redução da oferta de animais terminados, reflexo de mais de 4 anos de abate de matrizes e redução de investimentos. Com bezerro acima de R$110,00/@, custo do confinamento na casa de R$105,00/@ e preços de insumos que não param de subir, o boi tem mesmo que reagir. Do contrário, ano que vem não tem engorda. De toda forma, os fatores listados anteriormente formam uma forte barreira contra valorizações mais significativas da arroba. (FTR)
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