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Scot Consultoria

Mercado do boi gordo: pressão de baixa tem origem na carne


Segunda-feira, 7 de julho de 2008 - 09h46

No mercado externo, apesar da firmeza dos preços, os exportadores não têm conseguido repassar para a carne os aumentos registrados para a arroba do boi gordo. Isso por conta da frouxidão cambial. A saída, há alguns meses, têm sido colocar mais carne no mercado doméstico, que vinha absorvendo bem os aumentos. Acompanhe na figura 1. O boi começou a reagir forte na virada de junho para julho de 2006 (início de um novo ciclo pecuário). De lá para cá, em São Paulo, com base em preços médios mensais, o aumento foi de 87,0%. A carne no atacado (equivalente físico), no mesmo período, reagiu 85,9%, ou seja, quase a mesma coisa que o boi. O problema é que, nos últimos meses, o repasse do aumento dos preços do boi para o mercado doméstico de carne tem se mostrado mais difícil. A inflação está achatando o poder de compra do produtor, que começa a ficar mais seletivo. Os jornais já têm noticiado, por exemplo, um aumento das vendas de carne de frango em detrimento da carne bovina. Além de ser mais “barata”, os reajustes de preço para a carne branca têm sido menores. Em junho último, a defasagem do equivalente físico (carcaça no atacado) para a arroba do boi gordo, em São Paulo, ficou em 12,1%, exatamente a mesma defasagem média registrada ao longo de todo o período analisado (junho de 2006 ao início de julho de 2008). Nesse início de julho, porém (média até o dia 4), a defasagem saltou para 14,2%. Os frigoríficos pagaram, em média, R$93,50/@ pelo boi gordo, mas receberam, no atacado, R$79,99/@ pela carcaça com osso. As escalas de abate, mesmo com o frio e com a seca, nunca se alongaram a ponto de dar sustentação a um forte movimento de baixa. A pressão sobre o mercado do boi gordo, registrada ao longo das últimas semanas, teve início no mercado de carne, pois está aumentando a dificuldade de repasse dos preços da matéria-prima para o atacado. De toda forma, o mercado do boi gordo já voltou a firmar. Há pouco gado disponível para abate, e a situação não deve se amenizar ao menos até a saída dos primeiros grandes lotes de animais confinados. O cenário que se desenha é o seguinte: o problema de repasse/consumo pode até limitar a valorização da arroba de agora em diante. Mas enquanto não houver oferta a ponto das escalas se alongarem, de forma real (sem falhas) e sustentada, para mais de cinco ou seis dias, será difícil o mercado do boi gordo vir abaixo. (FTR)
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