Volatilidade chama atenção

A CFTC (Commodity Futures Trading Comission – entidade responsável por regulamentar os mercados futuros de commodities nos EUA), após uma sessão de perguntas no senado norte-americano realizada na última semana, ainda defendeu que os preços atuais são reflexos de ”poderosas forças econômicas e as leis da oferta e demanda”. A principal acusação, de que dinheiro de fundos de investimentos e especuladores em geral está distorcendo os preços reais foi contestada pela comissão. Do outro lado, a principal defesa foi que uma “tempestade” de fatores influenciaram o preço, como: problemas climáticos, distúrbios geopolíticos, menor valor do dólar frente as demais moedas estrangeiras e menores estoques mundiais das principais matérias-primas. Além disso, a comissão salientou que os especuladores “seguem as tendências de mercado, não as determinam”, dando liquidez ao mercado e transferindo os riscos da atividade. A preocupação se baseia na alta volatilidade apresentada pelos mercados futuros, especialmente de grãos, que obriga os produtores rurais a realizar várias chamadas de margem (pagamento, ou recebimento da diferença entre o preço contratado e o preço em exercício), obrigando produtores a realizar empréstimos para pagar as diferenças. Além disso, grandes grupos compradores de grãos sofrem com a mesma volatilidade, onde posições de hedge levaram a elevados gastos de caixas. Uma empresa brasileira já admitiu sofrer as conseqüências, agora rumores indicam que outra indústria, essa de origem estrangeira, sofre os prejuízos da alta volatilidade. A Associação Nacional dos Produtores dos EUA (American Farm Bureau Federation) já estuda propostas de mudança nos contratos, para tentar evitar o excesso de especuladores e diminuir a volatilidade. A iniciativa é vista com cautela pelas autoridades econômicas, uma vez que os especuladores formam parte fundamental do mercado. (JA)
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