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Scot Consultoria

Relatórios e mercado


Quinta-feira, 8 de maio de 2008 - 09h20

Hoje (8/05) a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) divulga seu oitavo levantamento da safra 2007/08 de grãos dos principais estados brasileiros. As informações contidas neste relatório são: estimativa da área plantada, estimativa da produção, avaliação das culturas (algodão, arroz, milho, soja, trigo e feijão) e balanço entre oferta e demanda. No dia seguinte também os vizinhos norte-americanos divulgam os dados de sua safra: o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) divulgará o relatório de área plantada, produtividade esperada/condição de lavoura e estoques finais das principais culturas, como soja, milho, trigo e algodão. Os dois relatórios somados causam grande expectativa no mercado mundial. O preço dos contratos da soja de julho na Bolsa de Chicago (CBOT) vem oscilando em patamares que vão desde US$12,80/bushel a US$13,30 na última semana. Comparado com a volatilidade e preços históricos do primeiro bimestre desse ano, pode-se dizer que o mercado está “andando de lado”, na espera dos resultados a serem divulgados. O milho segue uma tendência um pouco mais firme, com preços muito acima dos patamares históricos, a US$6,13/bushel. As notícias do excesso de chuva no plantio e da eventual recuperação econômica norte-americana projetam um cenário mais favorável ao aumento do cereal, que variou ao redor desse patamar desde o início de abril, data do último relatório divulgado pelo USDA. E o dólar frente ao real? A notícia de que o Brasil alcançou o investment grade provocou um aumento no fluxo de recursos do exterior em direção ao Brasil, já que esse foi considerado “apto”, ou “seguro”, a receber investimentos externos. Em outras palavras, mais dólares entrarão no país, mais forte o real se tornará, mais barato o dólar no mercado interno. Nos dias posteriores à notícia, o dólar chegou a ser cotado em R$1,64, preço mais baixo desde fevereiro de 1999. Dólar fraco, grãos “baratos”. Com a diminuição do valor da moeda estrangeira, os aumentos das cotações dos grãos são absorvidos pela moeda local mais forte. Má notícia para o produtor, que não vê o mesmo ocorrer com o custo dos seus insumos. Fertilizantes em geral já aumentaram proporcionalmente mais do que todos os grãos, quando comparado o mesmo período de 2007 até a presente data. Imprevistos são os fatores que constituem os mercados. Quem diria que o boi estaria batendo preços recordes justo na safra? Que haveria falta de alimento em alguns países em pleno século 21? E que o aumento nos preços dos produtos agrícolas seria acompanhado de perto pelo aumento mais do que proporcional dos fertilizantes? Ou, pior ainda, que muitos não tiveram a chance de aproveitar a alta nos preços, pois já haviam comprometido sua safra? De acordo com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), 87% dos produtores já havia comprometido a maioria de sua produção antes das altas recordes. O momento continua sendo bom para o produtor, mas é necessária muita cautela, especialmente às vésperas de divulgação de relatórios. (JA)
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