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Governo prevê alta de 30% nos custos da safra 2008/09


Quarta-feira, 7 de maio de 2008 - 09h54

O diretor do Departamento de Economia Agrícola da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz Araújo, estimou que os custos variáveis de produção devem subir cerca de 30% na safra 2008/09. Além deste aumento, a escassez de recursos pode comprometer o crescimento da área plantada na safra que começa a ser semeada em meados de setembro, disse ele. "Embora tenhamos demanda por alimento e áreas disponíveis para expansão, os preços dos insumos podem interferir no plantio", afirmou o diretor, ao participar de audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Ele lembrou que o Brasil é altamente dependente do fertilizante importado e que 70% do mercado nacional é abastecido por produto importado. A alta dos preços dos insumos está sendo levada em conta pelo governo na elaboração do Plano de Safra 2008/09, contou ele. Uma fonte do governo informou que a proposta de reajuste dos preços mínimos, que servem de base para os financiamentos bancários e para as políticas de comercialização, já estava pronta, mas a alta dos preços dos insumos no último mês levou o governo a refazer os cálculos. Na audiência pública, a secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Mariana Tavares de Araújo, lembrou que a elevação dos preços no mercado interno pode ser um sintoma de concentração de mercado. Ela lembrou, no entanto, que os preços internacionais têm subido e se refletem no mercado interno. Segundo ela, o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes, atrás da China, Estados Unidos e Índia. Já o presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubo (Anda), Mário Alves Barbosa, questionou, durante a audiência, as dificuldades do ponto de vista ambiental para ampliação da produção de fertilizantes. Ele disse que a exploração de uma mina de potássio, por exemplo, custa US$2,5 bilhões e que demora entre 5 a 7 anos para ser aberta. "Só para começar a abertura da mina, é preciso ter de 2 a 3 anos para conseguir as licenças ambientais", afirmou. Mesmo com a decisão do Ministério da Agricultura, de pedir a inclusão de alguns tipos de matéria-prima na lista de exceção da Tarifa Externa Comum (TEC), incidente para importação de países fora do Mercosul, ele disse que os preços continuarão altos no mercado externo e no Brasil. Um tipo de fertilizante muito usado na agricultura é cotado a US$150,00 por tonelada e a expectativa dos fornecedores internacionais é que este valor chegue a US$1.000,00 até o final do ano. Ele também criticou a burocracia para desembarque das cargas nos portos e disse que um lote de uréia importado da Argentina, que fica 6 dias em trânsito, pode levar até 60 dias para ser desembaraçado no porto de Paranaguá. "Quem acaba pagando isto é o produtor brasileiro", disse. Fonte: Agência Estado. 6 de maio de 2008.
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