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Scot Consultoria

Valorizadas, vacas já são artigos de luxo na Suíça.


Segunda-feira, 24 de março de 2008 - 09h36

Sebastian, filho do pecuarista Philippe Meylan, recusou oferta de US$8mil pela sua vaca Agathe, estrela da fazenda. Agathe tem curvas generosas, tetas grandes e firmes e é cobiçada na Suíça. Recentemente, o proprietário dessa vaca da raça holandesa, Philippe Meylan, recebeu uma oferta para vendê-la por US$8 mil, duas vezes mais que o atual preço médio de uma vaca comum no país. Mas recusou. "Do jeito que o mercado está, e com essa morfologia, dá para obter bem mais pela Agathe", gaba-se Meylan enquanto acaricia o animal. Em sua fazenda no oeste suíço, ele mantém 60 vacas e produz cerca de 500 mil litros de leite por ano. Os preços das vacas suíças nunca estiveram tão elevados como agora, em meio à crescente demanda global por carne e produtos lácteos. No país, a cotação média dos animais subiu para US$4 mil, três vezes mais do que em 2001, quando os bovinos caíram em desgraça no velho continente por causa da ocorrência da doença da "vaca louca". Uma vaca simental (para abate, não para a produção de leite) está valendo US$2,5 mil, ante US$1,5 mil há alguns anos. E, como na Suíça a inflação é muito baixa, em torno de 1% ao ano, saltos como esse causam sensação. Depois de dez anos em queda, o preço do leite voltou a subir em novembro de 2007, com a maior demanda pelo produto em pó. Mais atraente, o mercado encorajou os pecuaristas a correrem em busca de vacas leiteiras mais produtivas. "O aumento de preço reflete o simples jogo da oferta e demanda", diz Pascal Monteleone, diretor da Federação Suíça de Criadores de Holandês. A produção suíça de leite soma 3,1 milhões de toneladas por ano. Com o crescimento do mercado mundial de iogurte, queijos e outros produtos lácteos, a federação local de produtores definiu uma estratégia baseada em três pontos principais: já criou um pool nacional de venda, estabeleceu o objetivo de aumentar a produção em 10% até 2015 e pretende promover exportações com o selo "Garantia Suíça". O suíço consome, em média, o equivalente a 385 litros de produtos lácteos por ano, dez vezes mais que consumo per capita na China. Produtores calculam que se cada chinês aumentar seu consumo em 3,5 litros por ano, essa demanda adicional representará toda a produção suíça. Segundo Sebastien, filho de Meylan, a produção de um litro de leite custa 65 centavos de franco (mesmo valor em dólar), enquanto o preço pulou de 67 para 73 centavos em três anos. A Suíça é campeã mundial de subsídios agrícolas, e a nova situação no mercado não deve alterar a situação no médio prazo. A exemplo dos irlandeses, os suíços também argumentam que seu lucro vem mesmo é dos mecanismos de ajuda governamental. Um deles dá 110 francos por cabeça de animal. Há outras subvenções, incluindo aquelas ligadas à proteção ambiental e da paisagem. O governo também contribui na campanha nacional contra a diarréia que afeta o rebanho nacional. Fonte: Valor Econômico, Adaptado por Scot Consultoria, dia 24 de março de 2008.
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