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Mercado do boi gordo: recordar para aprender


Segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008 - 09h58

Existe uma “regra” no mercado do boi gordo, que na maioria das vezes funciona. Quando as escalas de abate avançam para mais de 6 ou 7 dias, iniciam-se as pressões baixistas. Quando recuam para menos de 4 ou 5 dias, o mercado tende a reagir. Entre 5 e 6 dias, preços estáveis. No entanto, há praticamente duas semanas, os compradores de São Paulo, por exemplo, trabalham com escalas curtas, entre 2 e 4 dias. Mas ainda assim, pressionam as cotações da arroba. As especulações em torno do embargo da União Européia é que dão suporte à estratégia. Estão lembrados da febre aftosa ao final de 2005? Dê uma olhada no gráfico abaixo. Logo após a notificação dos primeiros focos, o mercado despencou (fase 1). Porém, como havia pouco gado disponível para abate, os preços voltaram a reagir. Mas aí, mediante a notificação de outros focos, inclusive no Paraná, as especulações aumentaram e o “pessimismo exacerbado” fez com que os produtores partissem para a venda. As escalas esticaram (contando também com a ajuda da entrada da safra), tirando a sustentação dos preços. Vale lembrar que as exportações brasileiras recuaram apenas nos dois meses seguintes ao registro da doença (novembro e dezembro). Depois, os recordes voltaram a ser quebrados. Isso porque a maior parte dos embargos foi parcial, ou seja, se restringiu a PR, MS e SP. Os frigoríficos, com plantas em vários Estados, precisaram apenas remanejar as vendas. Aliás, em 2006, colhendo os reflexos da aftosa de 2005, o Brasil, que já era o maior exportador mundial de carne bovina em volume, passou a ser também o número 1 em faturamento. Lembram? Em síntese, o mercado é regido por “fatos e boatos”. As cerca de 250 mil toneladas de carne in natura que o Brasil coloca anualmente na União Européia não são suficientes para abarrotar o mercado interno. Além de existirem outras opções no mercado externo, o mercado doméstico está em expansão e a produção nacional em retração. A pressão de baixa da indústria só alcançará os resultados esperados se as especulações e/ou a safra, tal como aconteceu ao final de 2005, levarem a oferta de animais terminados a aumentar. (FTR)
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