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Scot Consultoria

Custo de importação de alimentos sobe 21%


Quinta-feira, 22 de novembro de 2007 - 10h07

Países importadores de alimentos enfrentam custo recorde para obter os produtos este ano. O valor global dessas importações deve aumentar 21%, alcançando US$745 bilhões. A fatura dos países em desenvolvimento como um todo deve subir 25%. Os dados foram apresentados ontem pela Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), no comitê agrícola da Organização Mundial do Comercio (OMC). A entidade faz a avaliação a partir do ponto de vista importador. Em outros estudos, sempre destacou que o Brasil é um dos principais ganhadores, como grande exportador competitivo. Em setembro, o custo dos alimentos era 37% maior do que no mesmo período do ano passado. A entidade destaca que alta ou baixa de preços não é raro nos mercados agrícolas. O que distingue a atual situação é como esse fenômeno está propagado, afetando não algumas, mas quase todas as commodities agrícolas. Isso leva consumidores de países importadores a pagar mais pelo pão, pasta, leite e carne. Segundo a FAO, a atual situação, especialmente "atípica", só não eleva o preço do açúcar, do qual o Brasil é o maior produtor mundial. Ao mesmo tempo, porém, a ajuda alimentar fornecida por países ricos declina - é 45% menor do que há oito anos. "Existe uma preocupação amplamente propagada sobre inflação causada pelos preços dos alimentos", reiterou o representante da FAO na OMC, mencionado também agitação social em alguns países devido à situação. A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) alertou os 150 países-membros da OMC que o fornecimento, sobretudo de cereais, está ficando mais difícil, inclusive porque cresce sua utilização na indústria. Os estoques, que já eram baixos no começo da estação, devem ficar assim porque a produção global de cereais será suficiente apenas para responder a utilização global. Entre julho e outubro, a média de preços do trigo dos EUA era 154% mais caro que há oito anos. Nas projeções da FAO, o comércio deve diminuir este ano, também por causa da enorme elevação dos custos de transportes. Nos últimos meses, o frete a partir dos EUA para importadores principais, como o porto de Roterdã, Egito e Bangladesh, era 400% mais alto que em 2000. Tudo isso, além de problemas climáticos, guerra e conflitos civis em países produtores pioraram o cenário para importação. Outro observador do comitê da OMC, a Agencia das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) insistiu que soluções de mais longo prazo para segurança alimentar precisam incluir o corte de subsídios nos países ricos. Só dessa forma, os agricultores dos países em desenvolvimento podem obter melhores preços, melhorar infra-estrutura e produtividade. Fonte: Valor Econômico. Agronegócios. Por Assis Moreira. 22 de novembro de 2007.
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