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Scot Consultoria

Área de soja recua e aumenta área de pastagens


Terça-feira, 9 de agosto de 2005 - 15h11

Os números, especialmente no Estado do Mato Grosso, apontam para uma redução média de 20% na área de soja para a safra de 2005/2006. As projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam um recuo de 4,6 milhões de hectares. O gado terá mais pasto em todo o Brasil. Blairo Maggi, governador do Mato Grosso, em entrevista para Gazeta Mercantil, lamenta o processo contrário ao seu plano de expansão da área de soja em torno de 5% no Estado, o que aumentaria a arrecadação sem aumentar a carga tributária. Com o retorno destas áreas às pastagens, o futuro aumento de área de agricultura avançaria sobre florestas, o que atualmente todos querem evitar. Tais números colocam pano frio nas expectativas do setor. Entre 2001 a 2003, a Scot Consultoria pesquisou o avanço da agricultura em cerca de 4,9 milhões de hectares de pastagens, geralmente as de piores qualidade. Em 2004, estimativa da mesma consultoria aponta para outros 2,5 milhões de hectares de pastagens transformando-se em agricultura em todo o país. Tal efeito é benéfico ou não? Quem ganha? Levando em consideração que o rebanho e a produção bovina não se reduziu pode-se dizer que houve aporte tecnológico. Sendo assim pode-se esperar que este processo traga benefícios aos seguintes grupos: - pecuaristas, que possuem a “oportunidade” de tecnificar suas áreas usando a agricultura como parceira. - agricultores, que podem avançar suas áreas com menor aporte de investimentos. Pode-se mais com menos recursos. - meio-ambiente, este avanço, com ganho tecnológico, evita que novas áreas sejam desmatadas. Com capital da agricultura, e com a possibilidade da pecuária manter-se numa área menor, o efeito natural do pecuarista é partir para maior eficiência produtiva. Ganha a tecnologia. - sociedade, além dos benefícios com o próprio meio ambiente, a sociedade ganha com a geração de empregos e maior controle de qualidade dos alimentos. Uma mesma área ocupa maior número de pessoas com a atividade. Excelente. - empresas de insumos e serviços, sejam elas nacionais, multinacionais ou de capital público (Embrapa, Institutos de Pesquisa e Universidades), a demanda de tecnologia tende a impulsionar seus objetivos viabilizando metas mais ousadas, lucros e, conseqüentemente, maiores investimentos. Enfim, o processo que infelizmente era visto com maus olhos por alguns, seria a força motriz que giraria um evidente circulo virtuoso de ganho tecnológico em todo o agronegócio. Porém, e agora? Tudo será jogado fora? Não necessariamente. É alarmista afirmar que tal reviravolta nesta tendência de avanço da agricultura aponte para um novo rumo! Pode até ser que sim, mas ainda não dá para afirmar. Na verdade, trata-se de um momento ruim. É natural que o agricultor, endividado, com preços agrícolas baixos, pós quebra de safra e com perspectivas ruins para o mercado reduza sua intenção de investimentos. No entanto, existe um parque de máquinas e estrutura no campo, dimensionada para produzir em determinada quantidade de áreas, que operarão em ociosidade nesta próxima safra. Tão logo as condições melhorem, é de esperar que a agricultura retome estas áreas. Infelizmente, o momento atual é de crise, mas felizmente ela não durará para sempre.(MPN)
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