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Scot Consultoria

Cana-de-açúcar trará ganhos aos pecuaristas


Sexta-feira, 14 de setembro de 2007 - 10h40

Alardeado como o novo inimigo da sociedade, o avanço da cana-de-açúcar tem sido muito mal interpretado pela mídia e mesmo por empresários do campo. A instalação de uma indústria canavieira em determinada região é excelente para o agropecuarista por trazer nova oportunidade de uso da terra: a produção de cana. No entanto, as indústrias preferem arrendar a terra ao invés de incentivar a produção própria dos produtores. Evidente. Há necessidade de padronização, de escalonamento e a demanda é imediata, depois da indústria ter sido instalada. Quanto maior o controle do processo, melhor para a empresa. A decisão de arrendar ou não para a cana depende de diversos fatores: atividade principal do proprietário, disponibilidade de capital para investimento, endividamento, e opção estratégica. Não é possível dizer se é bom ou não é arrendar para a indústria. Cada caso precisa ser avaliado, pois não há uma verdade objetiva sobre este assunto. O fato é que depois de arrendar, os contratos são negociados por área, seja em toneladas de cana, sacos de soja, arrobas de boi ou mesmo em dinheiro. Os produtores da região, por força dos arrendamentos, passam a ter uma referência de resultados relacionados à área e não à unidade produzida. Exemplo, ao invés de pensar em lucro por saca de soja, saca de milho, caixa de laranja, arroba do boi gordo, litro de leite, etc, o produtor pensará em lucro por hectare, por alqueire ou por alqueirão. Parece simples, coisa boba, mas essa mudança de referencial tende a promover um grande ganho na forma com que se analisa a relação da produção com a terra. Em palestra realizada ontem, em Rio Verde-GO, a Scot Consultoria avaliou o resultado da cana com a pecuária de leite. Num levantamento de arrendamentos na região, detectou-se que se paga próximo a R$420,00 por hectare por ano para o produtor arrendar suas terras para a cana. Há diferentes formas de pagamento e valores, mas giram em torno disso. A pergunta freqüente é: o leite consegue competir? A partir daí analisou-se casos sobre quatro diferentes aspectos: pecuária de leite sem aporte tecnológico, com baixa tecnologia, com média tecnologia e alta tecnologia. Comparou-se os custos por litro de leite e os resultados que o ganho tecnológico tendem a trazer aos produtores. Observe na tabela 1 os resultados da estimativa. Observe que o custo por litro de leite mais baixo não implica em melhor renda para o produtor. O que vale é a área. Por isso a mudança referencial é tão importante. Tende a impulsionar uma busca tecnológica e por qualidade na produção leiteira. Aliás, com as bonificações por qualidade, o preço do leite passa a ser entre 8% a 12% superior ao valor médio, considerado na análise da tabela 1. O resultado melhor ainda mais. Mesmo na situação considerada como baixa tecnologia, o resultado acaba sendo mais favorável para o leite, quando se considera a produção familiar. Por exemplo, quando se fala em custo operacional de produção em torno de R$0,55/litro, já está incluído cerca de: - R$0,056/litro para as depreciações – capital para o produtor renovar seus bens. - R$0,02/litro para a administração familiar - R$0,095/litro para remunerar a mão-de-obra familiar. São entradas financeiras para a família. Por isso que cada caso deve ser estudado com cautela. As decisões frente à possibilidade de arrendamento são diferentes para cada produtor. Mas uma coisa é certa, a referência em resultado por área proporcionará um salto tecnológico muito bem vindo à produção pecuária. Todos ganham: sociedade, ambiente e produtor. (MPN)
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