• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Mercado do boi gordo: escalas, preços e muita especulação


Sexta-feira, 31 de agosto de 2007 - 10h21

Os compradores pressionam, querem derrubar as cotações da arroba. Não está fácil escoar a carne bovina, principalmente no mercado doméstico. Ontem, por exemplo, o traseiro casado, no atacado paulista, recuou de R$4,90/kg para R$4,80/kg. Vale lembrar que há algumas semanas ele havia alcançado R$5,00/kg. Mas na outra ponta, a oferta de animais terminados permanece relativamente reduzida. Em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso até que as ofertas melhoraram, permitindo que escalas, em alguns casos, avançassem para mais de 7 dias úteis. A chegada do boi confinado, boa parte comprado a termo ou pertencente à própria indústria, tirou a “corda do pescoço” dos frigoríficos. Já no restante do país as escalas atendem entre 2 e 6 dias úteis, portanto, permanecem curtas. As estratégias são abater menos ao dia, pular dias de abate, negociar com produtores que possuem lotes grandes, etc. Em São Paulo alguns frigoríficos exportadores trabalham com ofertas de compra entre R$61,00/@ e R$62,00/@, a prazo, para descontar o funrural, pelo boi gordo. Não compram nada, mas tocam os abates com animais próprios, boi a termo e boi de fora do Estado. A estratégia dos exportadores é priorizar os abates justamente onde tem mais oferta - Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso - mesmo porque, São Paulo está impedido de exportar para a União Européia, o principal cliente brasileiro, e o que remunera melhor. Na média, a carne bovina exportada para a UE vale 76% mais do que a que segue para outros países. Os frigoríficos estiveram pressionados durante todo o ano. Em 2007 praticamente não houve safra, ou seja, o mercado vinha firme desde janeiro. Agora, querem transferir a pressão para os produtores. Quem não consegue, cogita paralisar os abates e decretar férias coletivas. Isso está acontecendo no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Mas a indústria pode manter um nível de ociosidade tão elevado, ou até mesmo ficar parada, até quando? E os produtores, notadamente os confinadores, vão ceder às pressões e desovar todo o gado? Qual o real volume do boi a termo é tanto assim a ponto de derrubar o mercado? E a segunda rodada do confinamento, não pode ser prejudicada, por falta de estímulo, se realmente o boi já parar de subir? E mais para o final do ano, mediante essa seca toda e com a maior parte do confinamento já tendo sido negociada, vai ter boi? As perguntas estão no ar, mas faltam as respostas. Cada um tem o seu palpite, o que mantém o mercado especulado. (FTR)
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja