Terceira maior margem do varejo no mercado de Leite longa vida

Em quatro anos, desde que a Scot Consultoria começou a acompanhar os preços dos lácteos no varejo, o final de julho e início de agosto de 2005 registra a terceira maior margem de diferença nos preços médios do leite longa vida. Trata-se da diferença entre os preços que chegam ao consumidor e os preços que a indústria recebe pelo leite longa vida. Atualmente, a diferença é de 20,5%, margem que fica atrás apenas de junho de 2005 e agosto de 2004, ambas pouco acima dos 21% de diferença. O critério da Scot Consultoria para se determinar esta margem são os preços médios de mercado informados pela indústria e pesquisados junto a redes varejistas. Os preços de varejo são reais, não há negociação. Na indústria, por outro lado, os preços de transação com as “poderosas” redes varejistas acabam sempre sendo deprimidos, por conta de negociações e taxas que as indústrias precisam arcar para praticamente “alugar” um espaço à vista do consumidor. As condições são muito, mas muito mais severas do que se pode determinar em pesquisas abertas de preços públicos. De toda maneira, nos últimos dois meses, a pressão dos varejistas tornou-se mais evidente. Aproveitam de um momento favorável para forçar o setor produtivo. Em parte, novamente esta situação de força das redes varejistas contribui com a crise de preços que chegou aos produtores rurais. Em 2004, com base em pesquisa realizada FVG Consulting, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) denunciou que 69,9% do faturamento do setor varejista estava nas mãos das 5 maiores redes. Olhando as recentes compras de supermercados tradicionais do interior do Estado de São Paulo, pode-se triplicar a preocupação com o “agigantamento” das poucas empresas que atuam neste ramo. Como disseram estes dias em uma palestra da Scot Consultoria: “O trem pode piorar ainda mais...” (MPN)
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