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Scot Consultoria

Ponto para a carne do Brasil na UE


Quinta-feira, 26 de julho de 2007 - 09h48

Produtores de gado irlandeses sofreram mais um revés na campanha para proibir a importação de carne bovina brasileira. O ombudsman - ou provedor de justiça - da União Européia (UE) rejeitou examinar queixa apresentada por 12 associações de agricultores do Reino Unido e da Irlanda contra a Comissão Européia, acusada por essas entidades de falhar ao não proibir a entrada do produto brasileiro no bloco. Responsável pelas investigações de casos de má administração nas instituições e organismos da União Européia, o ombudsman considerou o pedido "inadmissível". Argumentou que os pecuaristas deveriam ter tentado antes esgotar as conversações com o comissário europeu de saúde e proteção do consumidor da UE, Markos Kyprianou, e só depois eventualmente reclamar dele. O ombudsman não discutiu substância, mas unicamente o procedimento. O grupo batizado de Fairness for Farmers in Europe (FFE) resolveu utilizar o mecanismo de queixa junto ao ombudsman porque sabia que o comissário Kyprianou não iria embargar a carne bovina brasileira. Em documento de 26 páginas, o comissário europeu fez provavelmente a mais forte defesa da carne brasileira, desmontando acusações de alguns membros do bloco de que o produto brasileiro seria de má qualidade e impróprio para alimentação. Kyprianou insistiu que assume "total responsabilidade" sobre a importação da carne do Brasil, e que toma suas decisões com base em elementos de "saúde pública", não em "considerações comerciais ou econômicas". Em todo caso, a campanha contra a carne brasileira continua, e o temor é de que atinja os produtos agropecuários do país em geral, a partir, sobretudo, de acusações de problemas socioambientais nos processos produtivos. Um estudo da Universidade de Manchester, na Inglaterra, sobre o impacto de um acordo de livre comércio UE-Mercosul, encomendado pela UE, sugere um mecanismo de monitoramento ambiental. Argumenta que a expansão da pecuária bovina no Brasil implica a necessidade de novos pastos, que podem ocupar terras, sobretudo na Amazônia e no cerrado, podendo ampliar o desmatamento. Enquanto isso, na Esplanada dos Ministérios, ainda "está em exame" que tipo de reação o governo pode deflagrar para conter a campanha dos produtores irlandeses junto a entidades de consumidores e importadores europeus. Fonte: Valor Econômico. Agronegócios. Por Assis Moreira. 26 de julho de 2007.
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