Carnes menos “nobres” acumulam alta de 21,2% desde janeiro/2007

De acordo com estimativas, o brasileiro consome, aproximadamente, 38 quilos de carne bovina por ano. Esse consumo é relativamente alto, sobretudo em um país em desenvolvimento. Existe uma clara preferência pela carne bovina, ainda que recentemente os dados indiquem que o consumo de carne de frango superou o da carne vermelha. Entretanto, como a carne bovina é vista como “cara” por grande parte da população, ela está intimamente relacionada com a renda. O que se observa, normalmente, é um aumento no consumo das carnes de traseiro logo após o pagamento dos salários (início do mês), mas este consumo geralmente cai ao longo do mês. Já as carnes de dianteiro apresentam uma maior sustentação no consumo por todo o mês, por conta do preço mais baixo. Vale lembrar que não existe carne de “segunda” no boi, apenas carnes que demandam diferentes tipos de preparo. Diante da oferta mais enxuta de gado para o abate, a disponibilidade de carne bovina no atacado e varejo tem se mantido mais ajustada. Como resultado, os preços dos bovinos e carnes reagiram desde o início do ano. No acumulado, o traseiro reagiu 4,7% desde janeiro de 2007 no comparativo com a média de julho (até dia 12). Para o dianteiro a alta foi mais expressiva, de 21,2%. É preciso ressaltar que os cortes de dianteiro, sobretudo quando provenientes de fêmeas, também são utilizados na indústria de carnes industrializadas, no preparo de hambúrgueres e enlatados, por exemplo. Os cortes de traseiro, entretanto, são destinados mais ao consumo in natura. A demanda esteve aquecida, principalmente, por conta da indústria, mas também pelo crescimento do consumo de carne bovina pela população (parte pelo discreto aumento do consumo per capita, parte pelo crescimento da população). (LMA)
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